Translation Practices Portfolio

Marco

Marco Silva

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO ESCOLA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE LETRAS, ARTES E COMUNICAÇÃO E LÍNGUAS
Práticas de Tradução de Inglês
Portfólio
Docente: Maria da Conceição Esteves Aleixo
Marco António Fernandes Silva
O presente portfólio reúne um conjunto de tarefas desenvolvidas no âmbito da unidade curricular Práticas de Tradução de Inglês, ministrada na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. As atividades aqui incluídas têm como objetivo principal demonstrar a capacidade de aplicar, de forma fundamentada e crítica, os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do semestre em diferentes contextos tradutórios. Ao longo do trabalho, foram traduzidos textos com finalidades e características muito distintas, o que permitiu uma exploração alargada das principais competências exigidas ao tradutor: desde o domínio linguístico e textual até à sensibilidade cultural e capacidade de adaptação.
As tarefas abrangem uma variedade de géneros textuais, incluindo textos literários, jornalísticos, jurídicos, institucionais, publicitários e técnico-científicos. Cada um destes géneros coloca exigências próprias ao tradutor, exigindo estratégias distintas de abordagem. Esta diversidade permitiu desenvolver uma consciência mais profunda da complexidade da tradução enquanto atividade prática e discursiva. A organização do portfólio reflete essa diversidade, propondo para cada tarefa não apenas a tradução final, mas também um enquadramento teórico que sustenta as decisões tomadas e uma reflexão crítica sobre o processo tradutório.
Mais do que avaliar a qualidade das traduções em si, este trabalho visa evidenciar a maturidade do raciocínio tradutório, a capacidade de análise textual e a aplicação fundamentada de conceitos-chave da teoria da tradução. A articulação entre prática e teoria revela-se central em todas as tarefas, sendo este um dos princípios orientadores da unidade curricular. A produção deste portfólio implicou, assim, um processo de investigação, análise, decisão e justificação contínuas, que contribuiu significativamente para o desenvolvimento da competência tradutória e para uma perceção mais consciente e informada do papel do tradutor na sociedade atual.
Processo de Tradução
Ferramentas: DeepL, Cambridge Dictionary e ProZ
A tradução deste excerto literário exigiu uma abordagem que vai além da transposição linguística, sendo necessário compreender o tom reflexivo, filosófico e quase metafísico do texto original. Como afirma Álvares (2015), traduzir literatura é “pensar mais e melhor” sobre as decisões tomadas, conscientes de que não existe uma única solução “correta”, mas sim escolhas argumentadas que respeitem o texto-fonte e o contexto de chegada.
Neste exercício inicial, procurou-se manter o tom interrogativo e o estilo elevado do texto original, adaptando-o à fluidez e à naturalidade da língua inglesa. Evitaram-se traduções literais sempre que pudessem comprometer a clareza ou o efeito pretendido no leitor. Esta decisão alinha-se com o que Álvares (2015) descreve como uma tensão permanente entre a fidelidade ao texto-fonte e a adaptação ao leitor, típica da prática tradutiva literária.
Um dos aspetos mais desafiantes foi preservar o equilíbrio entre forma e conteúdo. Como sublinha Barrento (citado em Álvares, 2015), na escrita literária o conteúdo não é separável da forma, e por isso o trabalho do tradutor não pode ser mecânico, é sempre uma operação estética, interpretativa e crítica. Frases como behind this ubiquitous presence lies a big mystery foram formuladas com esse princípio em mente, tentando manter tanto o impacto estilístico como a intenção original.
Além disso, como refere Costa (2013), a tradução literária requer mais do que competência linguística: exige uma postura reflexiva por parte do tradutor, que deve questionar o sentido do texto e avaliar diferentes soluções possíveis. Esta atividade tradutiva revelou desde cedo que, muitas vezes, a tradução mais adequada não é a mais evidente, e que há um esforço constante de negociação entre o texto de partida e o de chegada.
Por fim, importa reconhecer que o texto literário é sempre um espaço de diálogo entre vozes. Segundo Alós (2006), baseado em Bakhtin, qualquer discurso literário está inserido num processo de cruzamento de consciências, onde o narrador, o autor, os personagens e o leitor se inter-relacionam. Traduzir é, nesse sentido, um ato de escuta e mediação — entre línguas, entre culturas e entre perspetivas.
A sign of life?
We all take our lives for granted. We just need to look around and find it. Big or small, visible or invisible, in the air, in the water, on top or underground - it’s everywhere. However, we forget that behind this ubiquitous presence lies a big mystery. What exactly is life? How did it appear? How is it possible for inert matter to turn into life? What’s the role of life in the grand scheme of things? Is it a mere accident? Or does its existence have a purpose? Some of these questions, the last three, remit us to the metaphysic and it's natural that we are tempted to think.
Sendo esta a primeira experiência de tradução, foi natural surgirem várias inseguranças ao longo do processo. Houve momentos em que certas opções de tradução pareciam claras, mas uma leitura mais cuidadosa revelava sentidos diferentes ou mais subtis, o que obrigava a reformular o que já estava feito. Essa necessidade de voltar atrás causou alguma frustração, sobretudo quando se pensava já ter encontrado uma solução adequada.
Tornou-se evidente que saber uma língua estrangeira não é o mesmo que saber traduzir. Algumas frases, aparentemente simples em português, revelaram-se difíceis de traduzir para inglês de forma a manter o tom e o impacto. Foi necessário experimentar várias versões até encontrar uma que soasse natural e fizesse sentido.
Também se percebeu que a tradução literal nem sempre é a melhor escolha. A tendência inicial para traduzir palavra por palavra teve de ser ultrapassada, pois esse tipo de tradução tornava o texto pouco claro ou estranho. Aos poucos, foi-se compreendendo que traduzir é uma forma de reescrever, com respeito pelo original, mas também com alguma liberdade.
Apesar das dúvidas e das dificuldades, esta experiência ajudou a perceber que a tradução é um processo criativo. O tradutor não se limita a transferir palavras de uma língua para outra, mas faz escolhas, interpreta e adapta o texto. Isso tornou o trabalho mais desafiante, mas também mais interessante e motivador.
Processo de Tradução
Ferramentas: DeepL, Cambridge Dictionary, Wook e ProZ
A tradução deste excerto literário exigiu uma abordagem que vai além da transposição linguística, sendo necessário compreender o tom reflexivo, filosófico e quase metafísico do texto original. Como afirma Álvares (2015), traduzir literatura é “pensar mais e melhor” sobre as decisões tomadas, conscientes de que não existe uma única solução “correta”, mas sim escolhas argumentadas que respeitem o texto-fonte e o contexto de chegada.
O excerto retirado do romance Mulher em Branco apresenta uma narrativa em tom intimista, marcada por tensão emocional e relações interpessoais ambíguas. Preservar essas características foi uma das principais preocupações durante o processo de tradução. A linguagem é fragmentada, com frases curtas e repetições que criam uma cadência particular, quase ansiosa. Foi importante manter essa estrutura, evitando reformulações que, embora mais “limpas” em inglês, pudessem diminuir o efeito psicológico pretendido pelo autor.
O processo começou com uma leitura intensiva do excerto, focada não apenas na compreensão do conteúdo literal, mas também no subtexto: nas entrelinhas, nos silêncios e na sugestão. Como refere Costa (2013), o tradutor literário deve ser mais do que um transmissor de palavras, deve ser um intérprete atento do que está implícito, do que se sente, mas não se diz. A investigação sobre o autor e a obra ajudou a consolidar essa leitura e a captar melhor o tom e as temáticas.
A tradução foi feita parágrafo a parágrafo, com especial atenção à coesão e à fluidez do inglês, mas também ao registo emocional. Evitou-se a tradução literal de expressões idiomáticas, preferindo equivalentes que conservassem o impacto emocional e a naturalidade na língua de chegada.
Seguindo a perspetiva de Bakhtin (cit. em Alós, 2006), este texto pode também ser entendido como um espaço de vozes que se cruzam o narrador, a personagem principal e a figura da amiga. A tradução teve de respeitar essa harmonia, mantendo a tensão presente ao longo da narrativa. Traduzir este excerto significou, por isso, manter uma escuta ativa e simultaneamente desconfiada, numa tentativa de preservar o desconforto subtil que percorre o texto.
Esta experiência reforçou a ideia de que traduzir literatura é, sobretudo, um exercício de escuta das palavras, do que está por baixo delas, e da intenção estética e emocional que o autor projeta. Mais do que encontrar palavras equivalentes, o desafio foi transmitir vozes, sensações e ausências.
Her friend practically lives in your house. She brought her into your life back in high school, from the neighbourhood where they grew up together, their mothers were neighbours. You married one, but it almost feels like you live with two. She seems to do nothing without her friend.
“Lena is staying for dinner.”
Not that you minded it at first. A friend is always something good for women to feel happy. They feel supported, capable of confidence. Maybe her balance is good for both of you.
That’s why the friend. The one she first told when you asked her out. The one she said that you wanted to marry her. That you insisted on getting married. The one she later confided in that she would marry already pregnant. They grew up together, it’s normal. But you, sometimes… You planned to go to the movies with her, and both showed up. You planned to make her a surprise, but it was the other one that opened you the door.
“Lena can come with us, right?”
She was in the front row at the wedding, helped her choose the dress, and constantly threw glances at you. You better think about what you’re doing.
She endured the pregnancy, much more that you did. Watch what you’re doing. It seemed like she had given up on having a life of her own and was permanently immersed in yours. She would take her brother for walks. The brother is quite a handful, as you’ll see.
Your wife trusted her. A constant support. It’s so good to have someone to call at any time. She would tell her things. She would tell her everything. The other one knew more about your wife than you did. She knew that you wanted to live with her, that you were in a hurry, that you intended to start a family.
Watch out, you bet that she told her that many times. Your wife would smile, dismiss it. At least she loved you. Believed in you. Despite her fears, she would eventually give in to your impulses, reciprocate, wanted to be with you and only you. But in the end, she’s almost never with you. Because of the friend. Always around, always present. Always you, watch out.
So even though you liked that she had company, that she felt reassured, you started to feel that when two fit well, maybe three is too many. That you started to wonder where you fit in, with the friend always close by. She’s going to cause you trouble someday. Watch out.
Este texto revelou-se mais complexo do que o primeiro, sobretudo por se tratar de um excerto literário, com uma carga emocional mais intensa e um estilo marcadamente subjetivo. Enquanto no primeiro texto as ideias eram apresentadas de forma clara e direta, neste caso identificaram- se frases curtas, ambiguidades e silêncios que comunicam tanto quanto as próprias palavras. Estes elementos tornaram o processo de tradução mais exigente, mas também mais estimulante do ponto de vista interpretativo.
Compreendeu-se, desde cedo, que não bastava aceder ao significado das palavras, sendo igualmente essencial captar o tom, o ritmo e as intenções subjacentes do autor. Por esse motivo, considerou-se importante realizar uma breve pesquisa sobre a obra Mulher em Branco e sobre o seu autor, com o intuito de assegurar que a tradução transmitisse a mesma atmosfera e a mesma tensão presentes no texto original. O objetivo era garantir que a leitura em inglês pudesse provocar no recetor o mesmo desconforto subtil sentido por quem lê o original em português.
Durante o processo, surgiram dúvidas quanto à fidelidade à estrutura original em contraste com a necessidade de adaptar o texto a uma formulação mais natural na língua de chegada. Cada decisão envolvia inevitavelmente alguma perda, o que levou à perceção clara de que a tradução literária não consiste apenas em encontrar a palavra certa, mas sim em fazer escolhas conscientes, por vezes difíceis, entre diferentes possibilidades de interpretação e expressão.
Esta tradução exigiu uma atenção redobrada ao detalhe, à emoção e à intenção do texto. Reforçou-se a perceção de que, para além do domínio linguístico, é necessária uma sensibilidade apurada para interpretar o que não é dito de forma explícita. Assim, reafirma-se a ideia de que traduzir é, em última instância, reescrever com responsabilidade, criatividade e sentido crítico.
A tradução de textos jornalísticos e opinativos insere-se num campo particularmente exigente, que ultrapassa a mera conversão linguística. Como defende Ferreira (2013), a tradução no meio jornalístico configura-se como um processo de reescrita (Lefevere, 1992), condicionado por normas editoriais, ideológicas e culturais próprias do sistema de chegada. Ao contrário da tradução literária, que muitas vezes privilegia a expressividade, a tradução jornalística exige clareza, concisão e eficácia comunicativa — elementos fundamentais para a rápida transmissão de informação a uma audiência de massas.
Na Tarefa 2, tratou-se da tradução de uma notícia publicada no The Guardian, o que implicou manter um registo informativo e neutro, respeitando a estrutura típica da escrita jornalística. A tradução teve de garantir a objetividade dos factos, mas também adaptar referências culturais e institucionais ao leitor de língua portuguesa. Neste tipo de tradução, o papel do tradutor é simultaneamente linguístico e editorial. Como aponta Ferreira (2013), a tradução no jornalismo é frequentemente invisível, mas profundamente interventiva, na medida em que cada escolha lexical ou sintática contribui para a construção da realidade noticiada.
Já na Tarefa 3, a complexidade aumentou pela natureza opinativa do texto. Neste caso, o objetivo principal foi preservar a intencionalidade argumentativa do autor, o historiador João Paulo Avelãs Nunes, garantindo que a tradução mantinha não só o conteúdo factual, mas também a densidade crítica e reflexiva do texto original. Ferreira (2013) sublinha que o tradutor deve assumir-se como um mediador cultural e ideológico, especialmente quando lida com textos marcados por opinião, análise e subjetividade.
Tanto no texto noticioso como no opinativo, a tradução exigiu um equilíbrio entre fidelidade ao conteúdo e adaptação às convenções discursivas do texto de chegada. Este processo implicou uma análise cuidada do género textual e das expectativas do público-alvo. De acordo com o modelo proposto por Lefevere (1992), adotado por Ferreira (2013), a tradução jornalística é uma forma de reescrita moldada por fatores como o mecenato (entidades editoriais), a poética (normas discursivas) e a ideologia dominante no contexto de chegada. A
tradução, assim, não é neutra: transporta consigo as escolhas do tradutor, que se ajusta ao seu público e ao momento histórico em que atua.
Por fim, estas tarefas revelaram a necessidade de uma abordagem crítica e consciente do papel do tradutor enquanto agente discursivo. As traduções não foram apenas um exercício técnico, mas um trabalho interpretativo onde cada decisão teve impacto na forma como a informação é recebida e compreendida. Esta prática confirmou que, na tradução jornalística e opinativa, o tradutor ocupa um lugar central, mesmo que muitas vezes invisível, na mediação da realidade contemporânea.
UK ministers consider ban on MPs engaging with pro-Palestine and climate protesters
Palestine Solidarity Campaign and Just Stop Oil
Ministers are considering proposals to ban MPs and councillors from engaging with groups such as the Palestine Solidarity Campaign (PSC), Extinction Rebellion and Just Stop Oil.
The plans, put forward by the government’s adviser on political violence, John Woodcock, say mainstream political leaders should tell their representatives to employ a “zero-tolerance approach” to groups that use disruptive tactics or fail to stop “hate” on marches.
Rishi Sunak and James Cleverly, the home secretary, are due to discuss the proposals as part of a review conducted by Woodcock, the
former Labour MP who now sits as Lord Walney, a cross-bench peer.
The prime minister was condemned by human rights groups for
warning of “forces here at home trying to tear us apart” during a hastily
arranged address in Downing Street on Friday. On Wednesday, he was accused of exaggerating tensions at protests after he warned of “mob rule” in the UK.
In an article in the Sun on Sunday, Walney wrote: “My review on political violence is about to be formally submitted to the prime minister and the home secretary. In it, I am asking the leader of every mainstream political party to take a zero-tolerance approach to the menace that is threatening our democracy.
“So Rishi and Keir [Starmer] should instruct their MPs and councillors
not to engage with anyone from the PSC until they get their house in
order and cut the hate from their marches.”
The proposals are politically convenient for the government because, if accepted, they would put further pressure on the Labour leader over his party’s stance on pro-Palestine demonstrations.
Several sitting Labour MPs have attended PSC events – including the former shadow chancellor John McDonnell and the MP for Poplar and Limehouse, Apsana Begum. Labour has refused to suspend MPs who have attended events, despite demands from senior Tories, because PSC is not a proscribed organisation.
Tories have previously engaged in talks with Extinction Rebellion, including the levelling up secretary, Michael Gove, whose department is working on the definition of extremism as part of its brief. Ministers are looking at broadening the new definition to cover groups whose
actions “undermine” the UK’s institutions, as previously reported by the Observer.
While environment secretary in 2019, Gove met Extinction Rebellion and said afterwards he shared their “high ideals” to tackle the climate crisis.
Starmer is already under pressure to allow Labour representatives more freedom to condemn Israel’s actions in Gaza, after George Galloway’s emphatic byelection victory on Thursday in Rochdale, where 18% of the population is Muslim.
Many within Labour believe it points to anger felt by Muslims over the party’s position on Israel. A shadow frontbencher questioned whether the Labour leadership had gone far enough in dispelling false narratives on pro-Palestine marches.
“We talk about Rishi’s cowardice and how long it took him to come out and stop the messages of hate that have been spewing from the likes of Lee Anderson and Suella Braverman,” they told the Guardian.
“But what’s the difference between what Labour has said and what the Tories have said on these protests? We can’t allow pro-Palestinian protesters to be dehumanised as a Labour party.”
Another shadow frontbencher said: “The anger we have seen is about the extreme asymmetry of this war. A totally dominant force against a relatively under armed opponent.
“People are disgusted by the October attacks but my frustration is that for years, we, Labour, haven’t given the situation in Gaza the attention it deserved. The leadership needs to fix this ASAP.”
Asked if Walney was right and that MPs should cut ties with the group, Bridget Phillipson, the shadow education secretary, told the BBC’s Laura Kuenssberg that MPs needed to take care with regard to their associations with individuals or organisations.
“But I do think it is important to stress that the right to protest is an important fundamental right in our democracy,” she said. “That does mean that people will take part in marches or protests where
politicians might not agree. But that is part of our democracy and that
is really precious.”
A Home Office spokesperson said: “We are considering the report’s recommendations extremely carefully and will respond in due course.”
A poll from More in Common commissioned by the Together Coalition found that a significant minority of the public hold anti-Muslim sentiments after a week of anti-Muslim comments by senior politicians dominated headlines.
The research found that 21% of Britons held negative views about Muslims, higher than any other ethnic group apart from Travellers.
The survey found that 9% of Britons had negative attitudes towards Jews, 8% towards Black African/Caribbean people and 7% towards Christians.
A clear majority of 59% of those polled felt it was possible to be British and Muslim. However, 27% said they would be uncomfortable with a loved one planning to marry a Muslim, and 42% believed British Muslims were more likely to be loyal to Muslim countries than to Britain.
Brendan Cox, co-founder of the Together Coalition, said: “While there’s a lot to worry about in this poll, the positive news is that prejudice towards any of the identity groups we tested was not held by a majority of the public.”
Perante a invasão da Ucrânia, a generalidade dos países do Mundo com regimes democráticos declarou-se não beligerante, isto é, apoia a democracia ucraniana e compromete-se a tentar conter a ditadura russa. Opinião do historiador João Paulo Avelãs Nunes
Desencadeando o mais brutal processo de violência militar ocorrido na Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Vladimir Putin e os regimes ditatoriais vigentes na Federação Russa e na Bielorrússia acabaram por invadir e por estar a tentar conquistar a Ucrânia. Trata-se de uma agressão que, por um lado, não decorreu de qualquer iniciativa ilegítima da responsabilidade do Estado ou da sociedade civil ucranianos; que, por outro lado, opõe uma das duas maiores potências militares do Mundo — armas nucleares incluídas — a um país de média dimensão. Arbítrio político- ideológico e geoestratégico, morte e sofrimento, destruições e refugiados em tão larga escala não se verificam no nosso sub-Continente desde a derrota de Adolf Hitler e da ditadura vigente na Alemanha entre 1933 e 1945.
Face ao carácter ditatorial (autoritário ou, talvez melhor, totalitário de novo tipo) das soluções políticas implantadas na Federação Russa e na Bielorrússia, dificilmente se conhecerá de que forma a invasão da Ucrânia e as respectivas sequelas — directas e
indirectas, imediatas e de médio/longo prazos — vão sendo encaradas pelas elites, pelas populações e pelas Forças Armadas daqueles dois Estados. Difícil, mas não impossível, será, ainda, que as sociedades civis russa e bielorrussa se oponham massivamente à guerra ou que consigam, no curto prazo, provocar a substituição das ditaduras em causa por regimes democráticos.
O colapso do Bloco Comunista e a desagregação da URSS, a quase universalização do capitalismo e a perda de influência das ideologias neo-estalinistas resultaram, pois, nestes dois (e em outros) países, quer na hegemonia de concepções ultranacionalistas e unilateralistas, chauvinistas e imperialistas, quer na consolidação de ditaduras lideradas por elites muitas vezes corruptas e nepóticas. O contraste entre os resultados económicos e sociais, diplomáticos e geoestratégicos obtidos pela República Popular da China — também governada por uma ditadura pós-comunista — e o menor sucesso da Federação Russa pode, igualmente, ter contribuído para o desencadear ou para o antecipar da presente escalada militarista e irredentista.
A resiliência que a Ucrânia (o sistema político e o aparelho de Estado, a sociedade civil e a população em geral, a diáspora ucraniana) tem demonstrado, confrontada com a agressão militar perpetrada pelos Governos da Federação Russa e da Bielorrússia, suscita, por sua vez, o retomar de algumas propostas interpretativas menos consideradas nas últimas décadas. Em primeiro lugar, a noção de que os regimes democráticos podem ser mais eficazes — para além de mais equitativos — no âmbito de uma guerra do que as ditaduras. Em segundo lugar, a verificação de que, face a objectivos agregadores como a defesa de um país, da democracia e do desenvolvimento, é possível a atenuação ou a superação de prévias clivagens étnicas e/ou religiosas.
Tendo em conta tanto a legitimidade das concepções e dos interesses actualmente assumidos pelos ucranianos como o risco de as elites que se apropriaram do poder político na Federação Russa estarem a tentar concretizar uma estratégia mais ampla de confrontação e de expansionismo, relativamente à invasão da Ucrânia a generalidade dos países do Mundo com regimes democráticos optou por assumir uma postura de não beligerância. Lembro que o recurso à categoria de não beligerância significa que, sem entrar no conflito devido à ameaça de retaliação nuclear, aqueles Estados apoiam a democracia ucraniana e comprometem-se a tentar conter a ditadura que domina a Federação Russa.
Falta, no entanto, saber se os bens e os serviços disponibilizados à Ucrânia são suficientes para evitar uma escala dramática de mortos e de feridos, de refugiados e de destruições; para impedir a ocupação militar daquele país e o derrube do respectivo figurino político democrático. Uma outra incógnita terá a ver com o risco de os EUA voltarem, num futuro próximo, a ter uma Administração populista autoritária semelhante à que, entre 2017 e 2021, foi protagonizada por Donald Trump. Perante este panorama, será ainda mais difícil contextualizar o posicionamento das individualidades e das organizações que defendem que, presentemente, a União Europeia, os EUA e a Organização do Tratado do Atlântico Norte são tão ou mais negativos e ameaçadores do que as ditaduras existentes na Federação Russa e na Bielorrússia.
Em termos de médio prazo, haverá vantagens em considerar comparativamente as implicações das diferentes formas como o sistema de relações internacionais foi reconfigurado para reagir ao fim da Primeira Grande Guerra (1918), da Segunda Guerra
Mundial e do Holocausto (1945) e da Guerra Fria (1991). Os Estados onde predominam horizontes políticos como o aprofundamento da democracia e a promoção de desenvolvimento integrado/sustentável ganhariam, assim, em cooperar no apoio sistemático a iniciativas e a processos de transição de ditaduras para democracias; de atenuação e de resolução de situações de privação grave e reiterada de direitos fundamentais como as que afectam, entre outros povos, os Palestinianos e os Curdos.
A defesa de um sistema de relações internacionais multipolar e baseado no multilateralismo seria, pois, acompanhado pelo reforço da centralidade das Organizações Internacionais e pela concretização de mais processos de integração subcontinental de cariz democrático e multilateral; pela redução dos níveis de subdesenvolvimento e de desigualdade social através da reintrodução da hegemonia de políticas socioeconómicas fundadas nas propostas das correntes de pensamento económico keynesiana e estruturalista (pressupondo a adopção dos modelos teóricos de “Estado-Providência” e de globalização negociada); pela governação da inevitável multiculturalidade das sociedades humanas a partir da recusa do racismo e dos integrismos identitários, do ultranacionalismo e da xenofobia.
Ministros britânicos ponderam proibir deputados de se envolverem com manifestantes pró-Palestina e pelo clima.
Os ministros estão a considerar propostas para restringir deputados e vereadores de se envolverem com grupos como a Campanha de Solidariedade com a Palestina (PSC), a Extinction Rebellion e a Just Stop Oil.
Os planos, apresentados pelos conselheiros do governo para a violência política, John Woodcock, afirmam que os líderes políticos mais importantes devem dizer aos seus representantes para adoptarem uma “abordagem de tolerância zero” em relação aos grupos que utilizam tácticas de perturbação ou que parem o “ódio” nas marchas.
Rishi Sunak e James Cleverly, ministro do interior, estão para discutir as propostas como parte de uma revisão instruída por Woodcock, antigo ministro do trabalho que atualmente é Lord Walney, um membro da bancada cruzada. O primeiro-ministro foi condenado por grupos de defesa dos direitos humanos por ter alertado para a existência de “forças internas que tentam
separar-nos”, durante um breve discurso em Downing Street, na sexta-feira. Na quarta-feira, foi acusado de intensificar o clima de tensão durante os protestos, depois de ter alertado para a existência de uma “oclocracia” no Reino Unido.
Em um artigo publicado no jornal “The Sun on Sunday”, Walney escreveu: “A minha análise da violência política está prestes a ser formalmente apresentada ao primeiro-ministro e ao ministro do Interior. Nela, peço aos líderes de todos os principais partidos políticos que adoptem uma abordagem de tolerância zero em relação à ameaça que está a apavorar a nossa democracia.”
“Por isso, Rishi e Keir [Starmer] devem instruir os seus deputados e vereadores a não se relacionarem com ninguém do PSC até que eles “ponham a casa em ordem” e acabem com o ódio nas suas marchas.”
As propostas são politicamente convenientes para o governo, isto porque, se aceitadas, colocaram uma pressão acrescida no ministro do trabalho sobre a posição do seu partido sobre os protestos Pro-Palestina.
Diversos deputados trabalhistas participaram em eventos do PSC – incluindo o antigo ministro das finanças da oposição John McDonell e a deputada de Poplar e Limehouse, Apsana Begum. O Partido Trabalhista recusou-se a suspender os deputados que participaram em eventos, apesar das exigências dos Conservadores, porque o PSC não é uma organização proibida.
Os conservadores já tinham entrado em conversações com a Extinction Rebellion, incluindo o secretário para o nivelamento, Michael Gove, cujo departamento está a trabalhar na definição de extremismo como parte do seu mandato. Os ministros estão a ponderar alargar a nova definição de modo a abranger grupos cujas acções “minam” as instituições do Reino Unido, como noticiado anteriormente pelo Observer. Enquanto secretário do ambiente em 2019, Gove encontrou-se com a Extinction Rebellion e disse depois que partilhava os seus “ideais elevados” para enfrentar a crise climática.
Starmer já está sob pressão para permitir que os representantes do Partido Trabalhista tenham mais liberdade para condenar as ações de Israel em Gaza, após a vitória esmagadora de George Galloway na eleição intercalares de quinta-feira em Rochdale, onde 18% da população é muçulmana.
Muitos dentro do Partido Trabalhista acreditam que isso reflete a indignação sentida pelos muçulmanos em relação à posição do partido sobre Israel. Um membro porta-voz da oposição
questionou se a liderança trabalhista fez o suficiente para desmentir narrativas falsas sobre as marchas pró-Palestina.
“Falamos sobre a cobardia de Rishi e sobre o tempo que demorou a pronunciar-se e a travar as mensagens de ódio que têm sido propagadas por pessoas como Lee Anderson e Suella Braverman”, disseram ao Guardian.
“Mas qual é a diferença entre o que o Partido Trabalhista disse e o que os Conservadores disseram sobre estes protestos? Enquanto partido Trabalhista, não podemos permitir que os manifestantes pró-Palestina sejam desumanizados.”
Outro porta-voz da oposição disse: “A indignação que temos visto deve-se à assimetria extrema desta guerra. Uma força totalmente dominante contra um adversário relativamente mal- armado.”
“As pessoas estão revoltadas com os ataques de outubro, mas a minha frustração é que, durante anos, nós, no Partido Trabalhista, não demos a Gaza a atenção que ela merecia. A liderança precisa de corrigir isto o mais rápido possível.”
Quando questionada se Walney tinha razão e se os deputados deveriam cortar laços com o grupo, Bridget Phillipson, a ministra da educação na oposição, disse a Laura Kuenssberg, da BBC, que os deputados devem ter cuidado em relação às suas associações com indivíduos ou organizações.
“Mas eu acho que é importante salientar que o direito de protestar é um direito fundamental importante na nossa democracia,” disse ela. “Isso significa que as pessoas irão participar em manifestações ou protestos nos quais os políticos podem não concordar. Mas isso faz parte da nossa democracia e isso é realmente precioso.”
Um porta-voz do ministério do interior disse: “Estamos a considerar as recomendações do relatório com extrema atenção e responderemos em devido tempo.”
Uma sondagem da More in Common, encomendada pela Together Coalition, revelou que uma minoria significativa do público tem sentimentos anti-muçulmanos, depois de uma semana em que os comentários anti-muçulmanos de políticos de topo dominaram as manchetes dos jornais.
A investigação revelou que 21% dos britânicos têm opiniões negativas sobre os muçulmanos, mais do que qualquer outro grupo étnico, exceto os viajantes.
O inquérito revelou que 9% dos britânicos tinham atitudes negativas em relação aos judeus, 8% em relação aos negros africanos/caribenhos e 7% em relação aos cristãos.
Uma clara maioria de 59% dos inquiridos considera que é possível ser britânico e muçulmano. No entanto, 27% afirmaram que se sentiriam desconfortáveis se um ente querido planeasse casar com um muçulmano e 42% acreditavam que os muçulmanos britânicos eram mais propensos a ser leais aos países muçulmanos do que à Grã-Bretanha.
Brendan Cox, cofundador da Together Coalition, afirmou: “Embora haja muito com que nos preocuparmos nesta sondagem, a notícia positiva é que o preconceito em relação a qualquer dos grupos identitários que testámos não é partilhado pela maioria do público”.
Given the invasion of Ukraine, the majority of countries in the world with democratic regimes have declared themselves non-belligerent, that is, they support Ukrainian democracy and are committed to trying to contain the Russian dictatorship. Opinion of historian João Paulo Avelãs Nunes.
Triggering the most brutal process of military violence in Europe since the end of World War II (1939-1945), Vladimir Putin and the dictatorial regimes in the Russian Federation and Belarus ended up invading and attempting to conquer Ukraine. This is an aggression which, on the one hand, was not the result of any illegitimate initiative on the part of the Ukrainian state or civil society; which, on the other hand, pits one of the two biggest military powers in the world - nuclear weapons included - against a medium-sized country. Political-ideological and geostrategic arbitrariness, death and suffering, destruction and refugees on such a large scale have not been seen on our sub-continent since the defeat of Adolf Hitler and the dictatorship in Germany between 1933 and 1945.
Given the dictatorial nature (authoritarian or, perhaps better, totalitarian of a new kind) of the political solutions implemented in the Russian Federation and Belarus, it's hard to know how the invasion of Ukraine and its aftermath will play out, direct and indirect, immediate and medium/long-term, are being viewed by the elites, the populations, and the Armed Forces of those two states. It will be difficult, but not impossible, that the Russian and Belarusian civil societies will massively oppose the war or that they will be able, in the short term, to bring about the replacement of the dictatorships in question with democratic regimes.
The collapse of the Communist Bloc and the disintegration of the USSR, the near universalisation of capitalism, and the loss of influence of neo-Stalinist ideologies resulted, therefore, in these two (and other) countries, both in the hegemony of ultranationalist and unilateralist, chauvinist and imperialist conceptions, and in the consolidation of dictatorships led by elites often corrupt and nepotistic. The contrast between the economic and social results, diplomatic and geostrategic obtained by the People's Republic of China, also governed by a post-communist dictatorship, and the less success for the Russian Federation may also have contributed to triggering or anticipating the current militaristic and irredentisc escalation.
The resilience that Ukraine (the political system and the state apparatus, civil society and the population in general, the Ukrainian diaspora) has shown, confronted with the military aggression perpetrated by the governments of the Russian Federation and Belarus, in turn prompts a return to some interpretative proposals that have been less considered in recent decades. Firstly, the notion that the democratic regimes can be more effective - in addition to being more equitable – in the context of a war than dictatorships. Secondly, the verification that, in the face of aggregating objectives such as the defence of a country, democracy and development, it is possible to attenuate or overcome previous ethnic and/or religious divides.
Taking into account both the legitimacy of the concepts and interests currently upheld by Ukrainians, as well as the risk that the elites who have seized political power in the Russian Federation may be attempting to implement a broader strategy of confrontation and expansionism, regarding the invasion of Ukraine, the majority of countries in the world with democratic regimes have chosen to adopt a position of non-belligerence. I remind you that invoking the category of non-belligerence means that, without directly entering the conflict due to the threat of nuclear retaliation, those states support Ukrainian democracy and are committed to trying to contain the dictatorship that dominates the Russian Federation.
However, it remains to be seen whether the goods and services made available to Ukraine are sufficient to prevent a dramatic escalation in deaths and injuries, refugees, and destruction; to stop the military occupation of that country and the overthrow of its democratic political framework. Another uncertainty concerns the risk of the U.S. once again having, in the near future, a populist authoritarian administration similar to the one led by Donald Trump between 2017 and 2021. Given this scenario, it will be even more difficult to contextualize the stance of individuals and organizations that argue that, at present, the European Union, the U.S., and the North Atlantic Treaty Organization are as negative and threatening as, or even more so than, the dictatorships in the Russian Federation and Belarus.
In the medium term, it would be beneficial to comparatively consider the implications of the different ways in which the international relations system was reconfigured to respond to the end of the First World War (1918), the Second World War and the Holocaust (1945), and the Cold War (1991). States where political priorities include deepening democracy and promoting integrated/sustainable development would, therefore, benefit from cooperating in the systematic support of initiatives and processes aimed at transitioning from dictatorships to democracies; as well as in mitigating and resolving situations of severe and repeated deprivation of fundamental rights, such as those affecting, among other peoples, the Palestinians and the Kurds.
The defense of a multipolar international relations system based on multilateralism would, therefore, be accompanied by strengthening the central role of International Organizations and advancing more subcontinental integration processes with a democratic and multilateral character; by reducing levels of underdevelopment and social inequality through the reintroduction of the hegemony of socioeconomic policies based on the proposals of Keynesianism and structuralist economic thought (assuming the adoption of theoretical models of the "Welfare State" and negotiated globalization); and by governing the inevitable multiculturalism of human societies through the rejection of racism and identity-based extremism, ultranationalism, and xenophobia.
Estas duas tarefas revelaram exigências diferentes no processo de tradução, consoante o género textual e a função comunicativa de cada texto. No caso da Tarefa 2, referente a um artigo No trabalho de tradução de um texto jornalístico, o processo iniciou-se com uma análise cuidada do documento, procurando identificar as principais ideias, estruturas e referências culturais. Tratando-se de um texto informativo, revelou-se essencial manter o tom neutro e a objetividade características do discurso jornalístico. No entanto, surgiram desafios relacionados com a tradução de expressões e cargos políticos específicos, para os quais não existe uma correspondência direta em português. Essas situações exigiram adaptações pontuais, sempre orientadas pela procura de soluções claras e adequadas ao contexto.
Em contraste, a Tarefa 3, centrada num texto de opinião, exigiu uma abordagem diferente. Neste caso, a tradução não se limitava à transmissão da informação, sendo igualmente necessário preservar a perspetiva ideológica do autor e a força argumentativa do discurso. A tarefa começou com uma leitura aprofundada, com o objetivo de compreender as ideias principais, o tom e os conceitos históricos e políticos envolvidos. Foi dada especial atenção à tradução de expressões como “Bloco Comunista”, cuja compreensão exigiu alguma pesquisa adicional. Foram utilizadas ferramentas como o DeepL e dicionários especializados como apoio, embora as decisões tradutórias tenham sido sempre orientadas pela intenção discursiva do autor e pelo compromisso com a sua visão crítica.
A comparação entre as duas tarefas permitiu compreender de forma mais clara as diferenças entre os géneros jornalístico e opinativo. O texto da Tarefa 2 apresenta uma linguagem objetiva e descritiva, centrada na exposição de factos e declarações. Esta neutralidade formal pode, contudo, ocultar uma certa passividade discursiva, uma vez que a ausência de enquadramento crítico pode contribuir para a normalização de determinadas posições políticas. Por outro lado, o texto da Tarefa 3 adota uma postura opinativa explícita, recorrendo a argumentos, comparações históricas e a uma leitura ideológica da realidade, o que implicou uma tradução mais atenta ao tom e ao posicionamento retórico do autor.
Estas duas experiências evidenciaram que o ato de traduzir ultrapassa largamente a simples conversão de palavras entre línguas. Traduzir é interpretar, adaptar e mediar diferentes formas de representar o mundo. Cada escolha efetuada, seja no uso de um sinónimo, na estruturação de uma frase ou na preservação de um determinado tom, tem um impacto direto na forma como o texto será recebido pelo leitor. Esta constatação reforça a ideia do tradutor como agente
discursivo, com responsabilidade não apenas pela clareza linguística, mas também pela fidelidade às intenções e ao contexto dos textos com que trabalha.
Processo de Tradução
Ferramentas: DeepL, Cambridge Dictionary e ProZ
Esta tradução parte da constatação de que a tradução de provérbios, expressões idiomáticas e anedotas levanta dificuldades que vão muito além da competência linguística. O objetivo é compreender como essas unidades linguísticas podem ser traduzidas de forma eficaz, mantendo o seu sentido, efeito e naturalidade na língua de chegada. Pretende-se, assim, explorar estratégias tradutivas que permitam lidar com a opacidade semântica e a carga cultural destas expressões.
De acordo com Mona Baker (1992, pp. 63–78), as expressões idiomáticas são estruturas fixas cujo significado não pode ser deduzido a partir das palavras individuais que as compõem. Para lidar com esse desafio, a autora propõe quatro estratégias principais: o uso de uma expressão idiomática com forma e significado semelhantes, o uso de uma forma diferente, mas com o mesmo significado, a paráfrase e, em último caso, a omissão. Estas estratégias são úteis para preservar o conteúdo e o efeito do texto original, mesmo quando não existe equivalência direta entre as línguas.
A estas propostas junta-se a classificação de Vinay e Darbelnet (1995, pp. 31–39), que distinguem entre tradução direta e oblíqua. A tradução direta é utilizada quando há uma correspondência formal e semântica entre as línguas, ao passo que a tradução oblíqua recorre a procedimentos como modulação, equivalência e adaptação — essenciais na tradução de expressões culturais.
Por sua vez, Venuti (1995, p. 20) discute o papel do tradutor na mediação entre culturas e introduz as estratégias de domesticação e estrangeirização. A domesticação adapta o texto aos padrões culturais do público-alvo, enquanto a estrangeirização preserva os traços culturais do original, assumindo uma função mais pedagógica e menos fluída para o leitor.
No seu conjunto, estas abordagens apontam para a necessidade de uma tradução equilibrada, que preserve a função comunicativa do texto original sem comprometer a sua receção na língua de chegada. Traduzir linguagem figurada, como provérbios e expressões idiomáticas, exige do tradutor uma combinação de conhecimento linguístico, sensibilidade cultural e criatividade, sendo uma prática que ultrapassa a simples substituição lexical.
Um olho no peixe, outro no gato
Deus tem mais para dar do que o diabo para tirar
O seguro morreu de velho
Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele
Em terra de cego quem tem um olho é rei
Um dia da caça, outro do caçador
Não adianta chorar sobre leite derramado
Águas passadas não movem moinho
Devagar se vai ao longe.
Quem tudo quer, tudo perde.
Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar.
Quem não arrisca, não petisca.
A galinha da vizinha é sempre melhor do que a minha.
Estar a chover a potes.
Tirar o cavalinho da chuva.
Ficar a ver navios.
Ter mais olhos que barriga.
Ter dor de cotovelo.
São muitos anos a virar frangos.
Você não pode entrar. Você é um ponto, e esta é uma festa só para asteriscos.
Keep one eye on the fish and the other on the cat.
God has more to give than the devil to take away.
Better safe than sorry.
The lazy one works double.
If you don't want to be a wolf, don't wear its skin.
In the land of the blind, the one-eyed man is king.
One day the hunter, the next day the hunted.
It's no use crying over spilled milk.
Let bygones be bygones.
Slow and steady wins the race.
Grasp all, lose all.
A bird in the hand is worth two in the bush.
Nothing ventured, nothing gained.
To be raining cats and dogs.
To be left out in the cold.
To bite off more than one can chew.
To be in hot water.
To be green with envy.
To have a lot of experience.
Paulo and Ester had a child. Could you say their child is 100% polyester?
What's the opposite of love at first sight? A long marriage.
What did the hammer do at church? Nail.
What did the zero say to the eight? I like your belt!
Why was a police officer interrogating a bag of cement? Because he wanted concrete information.
The asterisks were having a party. Suddenly, someone knocked on the door. An asterisk opened it: it was a period. - You can't come in. You're a period, and this is a party only for asterisks. - Don't you recognize me? I used gel…
How do chickens make coffee? With chalk-chalk-chalk...
Whats green and smells like red paint? Green paint.
What animal is always broke? A no-bucks bunny.
What do you call a dentist’s office on the moon? A lunar cavity.
A tradução de provérbios, expressões idiomáticas e piadas revelou-se particularmente exigente, uma vez que este tipo de conteúdo requer mais do que a simples identificação de equivalentes linguísticos. É fundamental compreender aquilo que está a ser comunicado de forma subentendida e encontrar uma forma de o transmitir na língua de chegada, sem comprometer o tom, o significado ou, no caso das piadas, o efeito humorístico.
No que respeita aos provérbios, verificou-se que, em algumas situações, foi possível recorrer a equivalentes diretos em inglês, o que facilitou consideravelmente o processo tradutório. No entanto, surgiram também casos em que os provérbios apresentavam construções muito específicas da cultura portuguesa. Nestes casos, foi necessário proceder a uma análise mais cuidadosa e a uma comparação com provérbios equivalentes em inglês, de modo a preservar o sentido proverbial e a fluidez textual na língua de chegada.
As expressões idiomáticas colocaram desafios particulares, uma vez que a tradução literal raramente é viável. Tornou-se evidente a necessidade de ultrapassar a tradução palavra por palavra e procurar verdadeiras expressões idiomáticas em inglês que produzissem um efeito semelhante. Algumas permitiram uma adaptação relativamente direta, enquanto outras exigiram uma paráfrase ou uma explicação mais livre, o que implicou um exercício de criatividade e flexibilidade por parte do tradutor.
A parte mais complexa, mas também a mais estimulante, foi a tradução das anedotas. O humor, especialmente aquele que assenta em trocadilhos ou jogos de palavras, é extremamente difícil de transpor para outra língua. Verificou-se que algumas piadas não funcionavam em inglês da mesma forma que em português, sendo necessário recriar o jogo linguístico ou adaptar a ideia de modo a manter o efeito cómico. Este processo exigiu não só criatividade, mas também um profundo respeito pela intenção comunicativa do texto original, com o objetivo de proporcionar ao leitor da tradução uma experiência de leitura semelhante à do leitor da versão original.
Esta tarefa permitiu compreender que, na tradução, a fidelidade ao efeito produzido no leitor pode ser mais relevante do que a fidelidade à forma linguística. Traduzir conteúdos culturalmente marcados exige sensibilidade, imaginação e a capacidade de encontrar soluções criativas que respeitem tanto o conteúdo como a função do texto. Apesar das exigências, esta experiência foi uma das mais gratificantes do percurso formativo até ao momento.
Ferramentas: DeepL, Cambridge Dictionary e ProZ
A tradução de textos jurídicos insere-se num domínio altamente especializado, em que a fidelidade terminológica, a clareza e o rigor formal são essenciais. Como afirma Santos (2021), “uma das principais características dos textos jurídicos é o recurso a expressões fixas invariáveis, que têm formulações praticamente equivalentes” e que, por isso, exigem uma reprodução fiel na língua de chegada para não comprometer o seu valor legal.
Além disso, este tipo de discurso caracteriza-se pelo uso frequente da terceira pessoa e da voz passiva, estratégia discursiva que, segundo a autora, “se prende com a necessidade de manter a formalidade do texto e de omitir a identidade do agente responsável pela ação” (Santos, 2021). A neutralidade e impessoalidade são, assim, marcas identitárias do texto jurídico, e a tradução deve respeitar essa estrutura.
Outro traço relevante é a complexidade frásica, muitas vezes acentuada pelo uso de construções com verbos de apoio, como “fazer”, “ter” ou “dar”, que resultam em frases longas e mais densas. De acordo com Santos (2021), “este tipo de construções acaba por tornar as frases mais longas e complexas, dificultando por vezes a compreensão imediata”. Esta particularidade exigiu, durante o processo tradutivo, um cuidado redobrado com a segmentação e reestruturação frásica, para manter o equilíbrio entre precisão jurídica e legibilidade.
Por fim, a tradução jurídica deve ser encarada como um ato de mediação entre dois sistemas, não apenas linguísticos, mas também legais e culturais. Como sublinha Santos (2021), “a tradução jurídica consiste numa mediação entre sistemas linguísticos, jurídicos e culturais distintos, o que obriga o tradutor a compreender a função legal e institucional de cada elemento textual”. Assim, esta tarefa exigiu não só competência técnica, mas também sensibilidade interpretativa para adaptar o conteúdo às exigências formais e legais do sistema de chegada.
Tribunal Judicial da Comarca de Vila Real Juizo Central Criminal de Vila Real - Juiz 2 Palacio da Justiga - Praga Luis de Camoes 5000-626 Vila Real
Telef: 259309950 Fax: 259309989
Autoridades Judiiciarias Francesas Tribunal de Grande Instancia Moulin-02160
Referenda: 36517591
Autor: Ministerio Publico e outro(s)... Arguido: Firminio Antonio Pires Data: 11-02-2022
Processo Comum (Tribunal Coletivo) n° 333/20.OGCVRL
Assunto: Pedido de notificapao:- MUITO URGENTE
Por ordem do(a) Mm°(a) Juiz de Direito deste Tribunal, solicito a V. Exa, se digne
providenciar no sentido de ser dado cumprimento a carta rogatoria que se junta, para notificagao do arguido abaixo identificado, devendo a mesma ser remetida a este Tribunal logo que se mostre cumprida.
Firminio Antonio Pires filho(a) de Jose Amilcar Pires e de Maria Vitoria natural de: Braganga - Grijo de Parada [Braganga]; nacional de Portugal nascido em 15-07-1978 estado civil: Casado (regime: Desconhecido), profissao: Desconhecida ou sem Profissao , Bl - 11687923 domicilio: 6 Chemin Du Rock Bresnay, 03 - Moulain, 03230 Bressay, Franga Franga.
Indicar na resposta a referenda deste documento e o n.° de processo
03016-Moulins Cedex
Reference: 365175951 Ordinary Process (Collegiate Court) nº 333/20.0GCVRL
By order of the Honorable Judge of this Court, I request Your Excellency to kindly ensure the fulfillment of the attached letter rogatory for the notification of the defendant identified below, and the same should be sent back to this Court once it is fulfilled.
Reference: 36517414 Ordinary Process (Collegiate Court) nº 333/20.0GCVRL
ADDRESSED TO THE COMPETENT JUDICIAL AUTHORITIES OF
IN THE NAME OF JUSTICE AND UNDER THE LEGAL PROVISIONS OF INTERNATIONAL JUDICIAL COOPERATION IN CRIMINAL MATTERS (LAW No. 144/99, OF AUGUST 31);
The Honorable Judge Dr. Rui Carvalho, from the Central Criminal Court of Vila Real - Judge 2 - Judicial Court of the Vila Real District, requests the competent authorities of the French Judicial Authorities that, in compliance with this request and considering the facts that justify it, proceed with the legal formalities to undertake the measures listed below:
This Judicial Court of Vila Real - Central Criminal Court of Vila Real - Judge 2, is handling a Ordinary Process (Collegiate Court), registered under No. 333/20.0GCVRL, involving:
The competent judicial authorities are hereby requested to notify the person(s) identified below of the full content of the following:
To appear in this Court on the next day, May 17, 2022, at 9:30 a.m., to be heard in a trial hearing in the case referenced above, being advised that, if absent, the trial may proceed in their absence, with their legal representative acting on their behalf. In the case of postponement, the hearing is rescheduled to May 24, 2022, at 9:30 a.m., under the provisions of Article 312,
No. 2 of the Portuguese Code of Criminal Procedure, and the person may be heard on this date at the request of their lawyer or appointed defender, under Article 333, No. 3 of the same legal provision.
Warning that, in case of absence without justification within the legal deadline, (for a foreseeable reason: at least five days in advance; for an unforeseeable reason: on the day and at the time designated—Article 117(2) of the Portuguese Penal Code), the individual shall be subject to the payment of a sum between 2 and 10 U.C.s (U.C. = €102.00), as well as detention for the time strictly necessary to carry out the proceeding or to apply the measure of preventive detention, if legally admissible—Article 116(1) and (2) of the Portuguese Code of Criminal Procedure.
The communication must include, under penalty of non-justification of the absence, the indication of the respective reason, the location where the absentee can be found, and the expected duration of the impediment. The elements of proof of the impossibility of attending must be submitted together with the communication mentioned in the previous paragraph, except in the case of an unforeseeable impediment communicated on the same day and at the same time, in which case, if justified, they may be submitted up to the third following business day. No more than three witnesses may be indicated. – Articles 117(2) and (3) of the Portuguese Penal Code.
Dr. Ana Preto Mesquita, Public Defender for the Defendant, Firminio António Pires, with an office at Rua Gonçalo Cristóvão, Nº 34, 2nd Floor, Left, Room 18, 5000-686 Vila Real; contacts: telephone - 934733036, email - anapretomesquita=49070p@adv.oa.pt.
In the case of public defense appointments, the respective defenders must be contacted, and all cooperation must be provided.
IT IS ALSO REQUESTED that the notification be made through personal contact and not by registered mail, in accordance with Portuguese Penal Code law. The defendant may also, if they wish, indicate an address in Portugal to receive notifications related to this process, being also subject to the obligations of article 196, no. 3 of the Portuguese Code of Criminal Procedure (CPP), which are transcribed as follows:
To appear in person before the competent authority or remain at its disposal whenever required by law, provided they have been duly notified;
Not to change residence or be absent from it for more than 5 days without informing the new residence or the location where they can be found;
That subsequent notifications will be made via simple postal mail to the address you provided, except if you communicate another address through a request delivered or sent via registered postal mail to the Secretariat where the case files are currently being processed;
That non-compliance with the provisions of the previous paragraphs legitimizes representation by a defender in all procedural acts in which there is a right or duty to be present, as well as the holding of the hearing in the absence, under the terms of article 333 of the Penal Code, of which the first 5 points are transcribed below for clarification
That, in case of conviction, the term of identity and residence will only be extinguished with the extinction of the penalty.
THE DEFENDANT MAY also request, in a signed petition, the trial in their absence under the terms of Article 334, paragraph 2 of the Portuguese Code of Criminal Procedure. The court may order the defendant's presence if necessary, under paragraph 3 of the same legal provision, as transcribed below:
Whenever the defendant is practically unable to attend the hearing, such as due to age, severe illness, or residence abroad, they may request or consent to the hearing taking place in their absence.
In the cases provided for in paragraphs 1 and 2, if the court considers the defendant's presence absolutely indispensable, it will order it, interrupting or postponing the hearing if necessary.
IT IS ALSO REQUESTED that the defendant be notified to inform the current records of the case number and identification of the Court where the proceedings are taking place, which states it is being judged by the “Tribunal de Recurso de RIOM (63).” Furthermore, it mentions the defendant cannot leave France and emphasizes the priority nature of the criminal proceedings concerning the crime the defendant is accused of (child sexual abuse).
A tradução deste documento apresentou diversas dificuldades, principalmente devido à complexidade da linguagem jurídica e à especificidade dos termos associados ao direito penal e à cooperação judicial internacional. A terminologia empregue exigiu uma pesquisa rigorosa, dado que muitos dos termos não possuem correspondência direta em inglês e requerem adaptação ao contexto jurídico do sistema de chegada. Mais do que identificar equivalentes linguísticos, o principal desafio consistiu em assegurar que os conceitos fossem corretamente interpretados e mantivessem o respetivo valor jurídico.
A estrutura formal e técnica do texto original representou também um desafio significativo. Foi necessário encontrar um equilíbrio entre a fidelidade ao conteúdo do texto-fonte e a adaptação à linguagem característica dos documentos jurídicos redigidos em inglês. Este esforço implicou uma atenção particular à construção frásica, à organização interna dos elementos e à utilização de fórmulas padronizadas que transmitissem a mesma clareza e autoridade presentes no original.
Além disso, a extensão do documento foi um fator que exigiu ainda mais rigor. Tratando-se de um texto extenso e denso, tornou-se essencial garantir a consistência terminológica e a manutenção de um registo formal uniforme ao longo de toda a tradução. Qualquer oscilação nesse domínio poderia comprometer a coerência e a fiabilidade do texto final.
De forma geral, esta tarefa reforçou a importância da precisão, da paciência e da atenção ao detalhe na tradução jurídica. Evidenciou, ainda, o papel do tradutor enquanto mediador entre diferentes sistemas legais, com a responsabilidade de garantir uma comunicação clara e juridicamente válida entre culturas e ordenamentos distintos.
Ferramentas: DeepL, Google, ProZ
A tradução de receitas culinárias insere-se no âmbito da tradução técnica, apresentando, contudo, desafios muito próprios, que advêm tanto das suas características estruturais quanto da forte carga cultural que carregam. Segundo Harden e Reis (2013), “a literatura culinária é hoje reconhecida como universo, miscigenado, transformado e enriquecido em decorrência do contato entre povos e línguas”. Traduzir uma receita, portanto, não é apenas converter palavras de uma língua para outra, mas também mediar culturas e hábitos alimentares.
A estrutura típica de uma receita apresenta-se em três partes fundamentais: o título, a lista de ingredientes e o modo de preparo, frequentemente complementada com informações adicionais, como tempo de preparo, rendimento e sugestões de acompanhamento. Como salienta Teixeira (2010), “com relação à aparência das receitas, o conteúdo é geralmente dividido em seções, apresentando a seguinte macroestrutura: o título, a lista de ingredientes e as instruções de preparo”.
Durante o processo tradutório, é essencial considerar as características próprias do gênero instrucional, como o uso frequente do modo imperativo e a necessidade de clareza e objetividade. Além disso, as dificuldades aumentam com a presença de termos técnicos, expressões idiomáticas e ingredientes específicos, os quais nem sempre têm equivalentes diretos na cultura de chegada. Para contornar esses obstáculos, é necessário que o tradutor atue como “um mediador entre duas culturas diferentes, interferindo significativamente no texto, a fim de fazer as adaptações necessárias para que o texto seja reconhecido e compreendido na cultura de chegada”.
Outro fator essencial é o conhecimento prévio da área culinária. Teixeira (2008) defende que “uma das formas de o tradutor valorizar seu trabalho e se fazer reconhecido [...] é conhecendo a fundo o tema que traduz, de várias perspectivas”, destacando assim a importância do domínio temático para assegurar a qualidade da tradução.
A atenção aos sistemas de medidas é outro ponto nevrálgico, pois diferenças entre os sistemas adotados em países de línguas diferentes podem comprometer o sucesso da receita. Segundo
Gouveia Neto et al. (2013), “a quantidade disponibilizada, devida ou indevidamente, pode levar ao sucesso ou ao fracasso de qualquer receita”.
Por fim, convém lembrar que, apesar da aparente simplicidade, a tradução culinária “demanda um grande cuidado e muita dedicação por parte do tradutor”, sendo uma tarefa que exige rigor, sensibilidade e criatividade para respeitar a funcionalidade e a naturalidade do texto na língua de chegada.

Method

up the duck and scatter the veg into the tray to make a trivet. Sit the duck on top of the veg, then return the tray to the oven for a further 40 minutes, or until the duck is beautifully crisp and the meat falls easily away from the bone.
Once cooked to perfections, remove the duck to a plate to rest while you get on with the gravy.
Add the flour to the vegetables, then mash everything together with a potato masher, scraping up all the sticky goodness from the bottom.
Place over a medium-high heat, pour in the Marsala and leave to bubble and cook away, stirring well.
Add the stock, then bring to the boil and reduce to a simmer for around 15 minutes, or until thickened and reduced. Strain through a coarse sieve, skim away any fat from the surface, then season to taste.
Shred or carve up the duck, then serve with the gravy on the side. Nice with duck fat roast potatoes, seasonal greens and cranberry sauce.
Support your local duck farmers – look for free-range farms in your area and help the British farming industry. Free-range ducks have freedom to roam outdoors and the provision of open water, allowing them to display their natural instincts of splashing and swimming. Living a good life generally means they have better flavour and texture.
Uma imagem com comida, Fast food, interior, tabuleiro Os conteúdos gerados por IA poderão estar incorretos.
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“Este pato assado crocante é uma alternativa fácil e sem complicações ao tradicional assado de domingo.”
DOSES: 6 (Serve 6 pessoas)
COZINHA EM: 2 horas e 20 minutos
DIFICULDADE: Não muito difícil (ou "Fácil")
Tags: Natal, Almoço de Domingo, Jantar festivo, Britânico, Pratos principais
Calorias
Gordura
Saturados
Açúcares
Sal
Proteína
Carboidratos
Fibra
430
28g
7g
9g
2g
20g
23g
2g
22%
40%
35%
10%
33%
40%
9%
-
DA INGESTÃO DE REFERÊNCIA DE UM ADULTO
1 pato inteiro de 1,6kg
2 colheres de chá cheias de pó chinês de cinco especiarias 1 clementina
6 folhas de louro frescas
1 cabeça de alho
2 cenouras
2 cebolas roxas
Remova qualquer excesso de gordura do interior da cavidade do pato, depois, usando uma faca afiada, faça cortes cuidadosamente no peito e nas pernas por todo o lado em forma de cruz, com cerca de 1cm de distância.
Tempere o pato com sal marinho, pimenta preta e as cinco especiarias, depois esfregue por todo o lado para que o sabor penetre em todos os cantos e recantos.
Corte a clementina ao meio e coloque na cavidade juntamente com as folhas de louro. Transfira o pato para uma assadeira média e asse por cerca de 1 hora e 20 minutos.
Entretanto, corte a cabeça de alho ao meio, descasque e corte em pedaços grandes as cenouras e as cebolas.
Quando o tempo terminar, remova o tabuleiro de assar do forno. Levante o pato cuidadosamente e espalhe os legumes no tabuleiro de forma a fazer uma base de apoio. Coloque
o pato em cima dos vegetais, e volte a colocar o tabuleiro no forno por mais 40 minutos, ou até
o pato ficar bem estaladiço e a carne se soltar facilmente do osso.
Após cozinhar o pato até à perfeição, retire-o para um prato e deixe descansar enquanto prepara
Adicione a farinha aos vegetais e esmague tudo com um esmagador de batatas, raspando os pedaços caramelizados do fundo do tabuleiro.
Coloque em lume médio-alto, coloque o vinho Marsala e deixe ferver e reduzir, mexendo bem.
Adicione o caldo, leve à fervura e reduza o lume para deixar cozinhar em lume brando cerca de 15 minutos ou até que o molho fique espesso e reduzido. Passe o molho por um coedor, retire a gordura da superfície e ajuste os temperos.
Desfie ou corte o pato e sirva com o molho à parte. Fica excelente acompanhado de batatas assadas na gordura do pato, legumes da época e molho de arando.
Apoie os produtores locais de pato – procure explorações de criação ao ar livre na sua área e contribua para apoiar a indústria agrícola. Os patos criados ao ar livre têm liberdade e acesso a água aberta, permitindo-lhes demonstrar os seus instintos naturais de chapinhar e nadar. Ter uma boa qualidade de vida geralmente significa que têm um sabor e textura melhores.
A tradução desta receita culinária constituiu uma experiência distinta das tarefas anteriores, embora igualmente exigente. À primeira vista, este tipo de texto pode parecer simples, mas rapidamente se tornou evidente que o género instrucional, especialmente no domínio da culinária, apresenta características muito próprias, exigindo atenção ao detalhe, consistência terminológica e um conhecimento mínimo da área gastronómica.
Um dos principais desafios consistiu em assegurar a clareza e fluidez das instruções na língua de chegada. Sendo um texto de natureza técnica, tornou-se fundamental garantir que a mensagem fosse direta, compreensível e isenta de ambiguidades. Foi necessário manter o uso do modo imperativo, característico deste tipo de discurso, e, simultaneamente, adaptar certas expressões de forma que soassem naturais em inglês.
A tradução dos ingredientes e dos termos técnicos associados à cozinha exigiu também alguma pesquisa. Determinadas expressões, como “louros frescos” ou “caldo de galinha orgânico”, não apresentam uma correspondência direta ou habitual em todos os contextos culturais. Assim, optou-se por utilizar termos mais universais ou amplamente reconhecidos em receitas equivalentes na língua inglesa. Paralelamente, foi necessário adaptar os sistemas de medida e o modo de apresentação da informação nutricional, respeitando o estilo habitualmente adotado em receitas britânicas.
Outro aspeto relevante foi a necessidade de encontrar um equilíbrio entre a fidelidade ao estilo do texto original, informal e convidativo, e o rigor necessário à instrução precisa. Sempre que possível, procurou-se manter o tom acessível e acolhedor da receita, sobretudo em descrições mais subjetivas, como “assar até ficar estaladiço” ou “fica excelente com batatas assadas”.
Em termos gerais, esta tarefa evidenciou que a tradução de textos culinários requer não apenas competências linguísticas, mas também sensibilidade cultural e atenção prática. Uma receita mal traduzida pode comprometer o resultado da preparação, pelo que se impõe um trabalho cuidadoso e consistente do início ao fim. Apesar de menos exigente no plano temático, esta tradução revelou-se uma experiência enriquecedora do ponto de vista técnico e cultural.
Ferramentas: DeepL, Cambridge Dictionary e ProZ
A tradução da descrição do Hotel Magyar, localizada em Budapeste, insere-se no domínio da tradução de textos turísticos institucionais. Este tipo de texto apresenta uma função mista: por um lado, transmite informação factual e prática sobre localização, serviços e horários; por outro, tem um claro objetivo promocional, procurando despertar o interesse e atrair potenciais visitantes. Traduzir conteúdos turísticos requer, assim, não apenas competência linguística, mas também sensibilidade discursiva e cultural, já que o tradutor atua como mediador entre duas culturas distintas.
Neste contexto, a Teoria do Skopos, desenvolvida por Hans Vermeer (2013), assume particular relevância. Esta teoria defende que a tradução deve ser orientada pela função que o texto terá na cultura de chegada, e não pela estrutura do texto de partida. Isso significa que o tradutor deve adaptar o conteúdo de forma a cumprir eficazmente o objetivo comunicativo do texto, que neste caso é informar e cativar o leitor lusófono. Reiss e Vermeer (2013) reforçam esta abordagem funcionalista ao destacarem que o tradutor deve considerar fatores extratextuais (como o público-alvo e o canal de comunicação) e intratextuais (como o estilo, o léxico e a estrutura interna do texto) para garantir uma tradução adequada.
A dissertação de Cunha (2022) contribui com uma perspetiva mais aplicada sobre a tradução turística. A autora sublinha que este tipo de tradução exige “uma abordagem que privilegie a adequação da mensagem à cultura-alvo e à função do texto, mais do que a fidelidade literal ao texto de partida” (p. 28). Assim, expressões como connected rooms, valet service ou slide projector foram adaptadas com base em critérios de equivalência funcional, respeitando as convenções do português europeu na área da hotelaria. Cunha (2022) acrescenta ainda que “a tradução turística deve adequar-se às convenções da cultura de chegada, tendo em conta hábitos linguísticos, culturais e até estruturais” (p. 29), o que justifica, por exemplo, a tradução do nome geográfico Danube para Danúbio.
A autora enfatiza também que a fluidez e naturalidade são elementos essenciais para que o texto cumpra o seu papel de divulgação. Como refere: “a naturalidade e fluência da tradução são essenciais para manter o leitor interessado” (p. 30). Por isso, optou-se por reformulações
subtis que mantivessem a clareza e o tom apelativo do original, sem comprometer a estrutura informativa do texto. Na mesma linha, Cunha (2022) afirma que “a tradução turística é um exercício de adaptação que exige não só competência linguística, mas também sensibilidade cultural e conhecimento do setor” (p. 41), o que ficou patente na necessidade de interpretar o conteúdo à luz das práticas comunicativas do setor hoteleiro em português.
Localizado no coração da cidade, de frente para o castelo Royal e com vista para o rio Danúbio. A apenas alguns passos das áreas de negócios, comércio e lazer.
Dimensões da sala de baile: 34,5 x 23,5 m. Pode ser dividido em 3.
18 salas de negócios equipadas com fax, impressoreas, fotocopiadoras e email.
Serviço de alta qualidade, coordenador de reuniões dedicado.
Serviços de apoio disponivéis, incluindo intérprete.
22 quartos conectados, 102 quartos para não fumadores.
2 quartos com instalações para pessoas com deficiência.
Televisão com 22 filmes e canais por cabo.
Telefone fixo com ligações diretas.
Roupões de banho, minibar, cofre no quarto.
Serviço de lavanderia e valet.
Restaurante com cozinha internacional e húngara. Aberto todos so dias das 12.00-15.00 e 19.00-24.00. O piso térreo tem 290 lugares. Música ao vivo à noite.
Para os amantes da arte, o Museu de Belas Artes e a Galeria Nacional Húngara são imperdíveis. Reserve um dia para descobrir o distrito do Castelo com o antigo Palácio Real, a Igreja Matthias e o edifício do Parlamento.
A tradução da descrição do Hotel Magyar, um texto promocional de natureza turística, constituiu um exercício exigente que implicou atenção a diversos níveis, nomeadamente terminológico, discursivo e cultural. Tratando-se de um texto com função mista, simultaneamente informativa e apelativa, tornou-se necessário garantir a clareza da informação, assegurando, em paralelo, a preservação da atratividade do discurso, característica central deste género textual.
A principal dificuldade identificada relacionou-se com a tradução de termos técnicos e expressões próprias do setor da hotelaria, como connected rooms, valet service ou slide projector. Estes termos, nem sempre com equivalentes diretos em português europeu, exigiram uma abordagem baseada na equivalência funcional e na adaptação à realidade cultural do público-alvo. Foi fundamental garantir que a terminologia utilizada fosse não apenas correta, mas também reconhecível e acessível ao leitor lusófono.
Do ponto de vista estrutural, o texto exigiu uma organização clara, com frases diretas e fluidas, respeitando a concisão típica dos materiais promocionais. Foram realizadas reformulações pontuais que permitiram manter um tom acessível e eficaz, sem comprometer a fidelidade ao conteúdo original.
A aplicação de princípios da Teoria do Skopos revelou-se particularmente relevante, uma vez que a tradução foi orientada pela função que o texto desempenha na cultura de chegada, ou seja, informar e persuadir. Esta perspetiva justificou decisões tradutivas que privilegiaram a naturalidade discursiva e a adaptação cultural, mesmo quando isso implicava afastar-se da literalidade do texto de partida.
Em síntese, esta tarefa evidenciou a complexidade da tradução de textos turísticos institucionais, que exige não apenas domínio linguístico e terminológico, mas também uma elevada sensibilidade intercultural. Neste contexto, traduzir assume-se como um processo de mediação estratégica, no qual o equilíbrio entre exatidão, clareza e impacto comunicativo se torna essencial para que o texto cumpra eficazmente a sua função junto do público de chegada.
A tradução de folhetos informativos de medicamentos insere-se no âmbito da tradução técnico- científica, mais concretamente da tradução médico-farmacêutica. Trata-se de um tipo de tradução altamente normativo e especializado, exigindo do tradutor um domínio rigoroso da terminologia e uma atenção constante às normas e convenções do setor. Segundo Cadete (2016), este tipo de textos deve cumprir uma função comunicativa clara e inequívoca, sendo orientado por objetivos pragmáticos bem definidos: informar com precisão e garantir a segurança do utente (p. 28).
A especificidade da tradução de folhetos médico-farmacêuticos advém, em grande parte, da natureza dual do público-alvo. Por um lado, estes textos são consultados por profissionais de saúde, que esperam precisão terminológica e rigor técnico; por outro, são destinados a doentes e cuidadores, que necessitam de uma linguagem acessível e clara. Este equilíbrio entre tecnicidade e inteligibilidade constitui um dos maiores desafios da tradução. Como destaca Cadete, o tradutor deve ser capaz de identificar o perfil do interlocutor e adequar o nível de especialização da linguagem às suas necessidades (p. 73).
A fidelidade terminológica é uma exigência central neste contexto. A autora sublinha que a terminologia médica se insere num sistema conceptual estabilizado e que “a uniformização dos termos” ao longo do texto é fundamental para evitar confusão e garantir a eficácia comunicativa (p. 65). Assim, a repetição controlada de expressões técnicas como efeitos secundários, dose recomendada ou substância ativa não é redundante, mas sim necessária para assegurar consistência e clareza, especialmente em documentos extensos e com vocabulário sensível.
Outro aspeto relevante é a necessidade de manter a estrutura fixa e segmentada do folheto, com secções como “O que é e para que é utilizado” ou “Como tomar”. Esta organização não é meramente formal: trata-se de uma convenção funcional que visa facilitar o acesso rápido à informação. Cadete salienta que o género textual do folheto “possui uma estrutura normativa bem definida” e que o tradutor deve respeitá-la rigorosamente (p. 58), garantindo a equivalência funcional entre o texto de partida e o texto de chegada.
Em termos discursivos, o tradutor deve adotar um registo impessoal, objetivo e técnico, eliminando marcas subjetivas ou informais que comprometam a autoridade científica do texto. Como nota a autora, “a linguagem médica caracteriza-se por evitar a subjetividade e por reforçar o tom institucional” (p. 71), sendo essa caraterística essencial para transmitir fiabilidade e responsabilidade profissional.
Finalmente, importa referir a dimensão ética da tarefa tradutória. A autora lembra que o tradutor é também um agente da comunicação especializada, e que uma má escolha terminológica ou estrutural pode induzir o leitor em erro, com possíveis consequências clínicas. Traduzir um folheto médico não é, portanto, uma tarefa neutra: envolve decisões com impacto direto na saúde e segurança do utente (p. 47).
Sertralina Gerlina 50 mg comprimidos revestidos por película Sertralina Gerlina 100 mg comprimidos revestidos por película
Leia atentamente este folheto antes de tomar este medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler.
Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detetar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
O que é Sertralina Gerlina e para que é utilizado.
Sertralina Gerlina contém a substância ativa sertralina. A sertralina pertence a um grupo de medicamentos denominados Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS); estes medicamentos são utilizados para tratar a depressão e/ou perturbações de ansiedade.
Depressão e prevenção da recorrência da depressão (em adultos). Perturbação de ansiedade social (em adultos).
Perturbação de stress pós-traumático (PTSD) (em adultos). Perturbação de pânico (em adultos).
Perturbação obsessiva-compulsiva (POC) (em adultos e crianças e adolescentes com 6-17 anos de idade).
A depressão é uma condição clínica com sintomas como sentimento de tristeza, incapacidade de dormir corretamente ou de apreciar a vida como costumava.
A POC e a perturbação de pânico são doenças associadas a ansiedade com sintomas como sentimento de constante incómodo por ideias persistentes (obsessões) que o levam a desempenhar rituais repetitivos (compulsões).
A PTSD é uma condição que pode ocorrer após uma experiência emocional muito traumática e apresenta alguns sintomas que são similares a depressão e ansiedade. A perturbação de ansiedade social (fobia social) é uma doença associada à ansiedade. É caracterizada por sensações de ansiedade intensa ou nervosismo em situações sociais (por exemplo: falar com estranhos, falar à frente de grupos de pessoas, comer ou beber à frente de outros ou receio de poder comportar-se de maneira embaraçosa).
O seu médico decidiu que este medicamento é indicado para tratar a sua doença.
Deve consultar o seu médico caso tenha dúvidas quanto ao motivo da prescrição de Sertralina Gerlina.
Se tem alergia (hipersensibilidade) à sertralina ou a qualquer outro componente de Sertralina Gerlina.
Se está a tomar, ou tomou, medicamentos denominados inibidores da monoaminoxidase (IMAOs como selegilina, moclobemida) ou fármacos semelhantes aos IMAOs (como linezolida). Se parar o tratamento com sertralina, deve esperar, pelo menos, uma semana antes de iniciar o tratamento com um IMAO. Após parar o tratamento com um IMAO, deve esperar, pelo menos, 2 semanas antes de iniciar o tratamento com sertralina.
Se está a tomar outro medicamento denominado pimozida (um medicamento antipsicótico).
Os medicamentos nem sempre são adequados para todas as pessoas. Informe o seu médico antes de tomar Sertralina Gerlina caso sofra, ou tenha sofrido no passado, de qualquer uma das seguintes condições:
Síndrome serotoninérgica. Em casos raros, esta síndrome pode ocorrer quando toma certos medicamentos ao mesmo tempo que a sertralina. (para sintomas, ver 4. Efeitos secundários possíveis). O seu médico deve tê-lo informado se sofreu desta condição no passado.
Se tem baixo nível de sódio no sangue, uma vez que pode ser resultado do tratamento com Sertralina Gerlina. Também deverá informar o seu médico caso esteja a tomar certos medicamentos para a hipertensão, uma vez que estes medicamentos também podem alterar os níveis de sódio no sangue.
Tenha especial precaução caso seja idoso uma vez que pode ter um risco aumentado de ter um baixo nível de sódio no sangue (ver acima).
Doença hepática; o seu médico poderá decidir que deve tomar uma dose mais baixa de Sertralina Gerlina.
Diabetes; os seus níveis de glicose podem ser alterados devido a Sertralina Gerlina e os seus medicamentos para a diabetes podem necessitar de ajuste posológico.
Epilepsia ou antecedentes de crises epiléticas. Caso tenha uma crise epilética, contacte o seu médico imediatamente.
Se sofreu de doença maníaca depressiva (doença bipolar) ou esquizofrenia. Caso tenha um episódio maníaco, contacte o seu médico imediatamente.
Se tem, ou teve anteriormente, pensamentos suicidas (ver abaixo Pensamentos relacionados com o suicídio e agravamento da sua depressão ou perturbação da ansiedade).
Se sofre de perturbações hemorrágicas ou se está tomar medicamentos que aumentem a fluidez do sangue (ex: ácido acetilsalicílico ou varfarina) ou que possam aumentar o risco de hemorragia.
Se for uma criança ou adolescente com idade inferior a 18 anos. Sertralina Gerlina deve apenas ser utilizado para tratar crianças e adolescentes com idades entre os 6-17 anos, que sofram de perturbação obsessiva-compulsiva. Se estiver a ser tratado para esta perturbação, o seu médico irá querer monitorizá-lo de perto (ver Utilização em crianças e adolescentes abaixo).
A utilização de sertralina tem sido associada a acatisia (caracterizada por uma instabilidade perturbadora e necessidade de agitar, muitas vezes acompanhada por uma incapacidade de estar ou permanecer quieto). A probabilidade de ocorrência é maior nas primeiras semanas de tratamento. O aumento da dose pode ser prejudicial nos doentes que desenvolvem estes sintomas.
Reações de privação:
As reações de privação são comuns quando o tratamento é interrompido, sobretudo se for interrompido abruptamente (ver 4. Efeitos secundários possíveis). O risco de reações de privação depende da duração do tratamento, da dose e da taxa de redução da dose. Em regra tais sintomas são, geralmente, ligeiros a moderados, no entanto, podem ser graves em alguns doentes. Ocorrem habitualmente nos primeiros dias após a interrupção do tratamento. De um modo geral, tais sintomas desaparecem em 2 semanas. Em alguns doentes podem durar mais tempo (2-3 meses ou mais). Aquando da interrupção do tratamento com sertralina, é recomendada a redução gradual da dose durante um período de algumas semanas ou meses, dependendo das necessidades do doente.
Pensamentos relacionados com o suicídio e agravamento da sua depressão ou perturbação da ansiedade:
Se se encontra deprimido e/ou tem perturbações de ansiedade pode, por vezes, pensar em auto-agredirse ou suicidar-se. Estes pensamentos podem aumentar no início do tratamento com antidepressivos, pois estes medicamentos demoram cerca de duas semanas a fazerem-se sentir mas, por vezes, pode demorar mais tempo.
Poderá estar mais predisposto a ter este tipo de pensamentos nas seguintes situações: Se tem antecedentes de ter pensamentos sobre suicidar-se ou auto-agredirse.
Se é um jovem adulto. A informação proveniente de ensaios clínicos revelou um maior risco de comportamento suicida em indivíduos adultos com menos de 25 anos de idade com problemas psiquiátricos tratados com antidepressivos.
Se em qualquer momento tiver pensamentos de autoagressão ou suicídio deverá contactar o seu médico ou dirigir-se imediatamente ao hospital.
Poderá ser útil para si contar a uma pessoa próxima de si, ou a um familiar, que se encontra deprimido, ou que tem perturbações de ansiedade, e dar-lhes este folheto a ler. Poderá também solicitar-lhes que o informem caso verifiquem um agravamento do seu estado de depressão ou ansiedade, ou se ficarem preocupados com alterações no seu comportamento.
Utilização em crianças e adolescentes:
A sertralina não deve, normalmente, ser utilizada em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos, exceto no caso de doentes com Perturbação Obsessiva-Compulsiva. Doentes com idade inferior a 18 anos apresentam um risco acrescido de efeitos indesejáveis tais como, tentativa de suicídio, ideação suicida e hostilidade (predominantemente agressão, comportamento de oposição e cólera), quando tomam medicamentos desta classe. Apesar disso, o médico poderá prescrever Sertralina Gerlina para doentes com idade inferior a 18 anos quando decida que tal é necessário. Se o seu médico prescreveu Sertralina Gerlina para um doente com menos de 18 anos e gostaria de discutir esta questão, volte a contactá-lo. Deverá informar o seu médico se algum dos sintomas acima mencionados se desenvolver ou piorar quando doentes com menos de 18 anos estejam a tomar Sertralina Gerlina. Não foram ainda demonstrados os efeitos de segurança de Sertralina Gerlina a longo prazo, no que respeita ao crescimento, à maturação e ao desenvolvimento cognitivo e comportamental neste grupo etário.
Informe o seu médico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
Alguns medicamentos podem afetar o modo como Sertralina Gerlina atua, ou Sertralina Gerlina pode reduzir a efetividade de outros medicamentos tomados ao mesmo tempo.
Tomar Sertralina Gerlina com os medicamentos seguintes pode causar efeitos secundários graves:
Medicamentos denominados inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) como a moclobemida (para tratar a depressão), selegilina (para tratar a doença de Parkinson) e o antibiótico linezolida. Não utilize Sertralina Gerlina com IMAOs.
Medicamentos para tratar perturbações mentais (pimozida). Não utilize Sertralina Gerlina com pimozida.
Informe o seu médico se estiver a tomar algum dos medicamentos seguintes:
Produtos medicinais que contenham hipericão (Hipericum perforatum). Os efeitos do hipericão podem prolongar-se por 1-2 semanas. Fale com o seu médico.
Produtos que contenham o aminoácido triptofano.
Medicamentos para tratar a dor de forte intensidade (por exemplo tramadol).
Medicamentos para tratar enxaquecas (por exemplo sumatriptano). Medicamentos para diminuir a fluidez do sangue (varfarina).
Medicamentos para o tratamento da dor/artrite (anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como o ibuprofeno, ácido acetilsalicílico).
Medicamentos para tratar a epilepsia (fenitoína). Medicamentos para tratar a diabetes (tolbutamida).
Outros medicamentos para tratar a depressão (como amitriptilina, nortriptilina). Medicamentos para tratar esquizofrenia e outras perturbações mentais (como perfenazina, levomepromazina e olanzapina).
Sertralina Gerlina comprimidos pode ser tomado com ou sem alimentos. Deve ser evitado o álcool enquanto estiver a tomar Sertralina Gerlina.
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Fale com o seu médico assim que possível se está grávida, pensa que está grávida ou planeia engravidar.
A segurança da sertralina não foi estabelecida na mulher grávida. A sertralina apenas deve ser utilizada por mulheres grávidas caso o médico considere que o benefício para a mãe exceda quaisquer riscos possíveis para o feto. As mulheres em idade fértil deverão utilizar um método contracetivo adequado se forem medicadas com sertralina.
Certifique-se que o seu médico e/ou o pessoal de enfermagem sabem que está a tomar sertralina. Quando tomados durante a gravidez, especialmente nos últimos 3 meses de gravidez, fármacos como Sertralina Gerlina podem aumentar o risco de uma situação grave nos bebés chamada hipertensão pulmonar persistente no recém-nascido (HPPN), que faz com que o bebé respire mais rapidamente e que pareça azulado. Estes sintomas começam habitualmente durante as primeiras 24 horas após o nascimento. Se isto acontecer ao seu bebé deverá contactar o seu médico e/ou o pessoal de enfermagem imediatamente.
Existe evidência de que a sertralina é excretada no leite materno. A sertralina apenas deve ser utilizada por mulheres a amamentar caso o médico considere que o benefício para a mãe exceda quaisquer riscos possíveis para o bebé.
Condução de veículos e utilização de máquinas:
Os fármacos psicotrópicos como a sertralina podem influenciar a sua capacidade para conduzir veículos e utilizar máquinas. Portanto, não deve conduzir veículos ou utilizar
máquinas até que saiba como esta medicação afeta a sua capacidade para desempenhar estas atividades.
Tomar Sertralina Gerlina sempre de acordo com as indicações do médico. Sertralina Gerlina comprimidos pode ser tomado com ou sem alimentos.
Tome o seu medicamento uma vez ao dia, de manhã ou à noite. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
A dose de 50 mg/dia é normalmente eficaz na depressão e POC. A dose diária pode ser aumentada em incrementos de 50 mg durante, no mínimo uma semana, a um período de algumas semanas. A dose máxima recomendada é de 200 mg/dia.
Na perturbação de pânico, perturbação de ansiedade social e perturbação de stress pós- traumático, o tratamento deve ser iniciado com a dose de 25 mg/dia e, após uma semana, aumentado para 50 mg/dia.
A dose diária pode ser aumentada em incrementos de 50 mg durante um período de algumas semanas. A dose máxima recomendada é de 200 mg/dia.
Sertralina Gerlina deve apenas ser utilizado para tratar crianças e adolescentes que sofram de POC com idade compreendida entre 6-17 anos.
Perturbação Obsessiva-Compulsiva:
Crianças entre 6 e 12 anos de idade: a dose inicial recomendada é de 25 mg/dia.
Após uma semana, o seu médico pode aumentar a dose para 50 mg/dia. A dose máxima é de 200 mg/dia.
Adolescentes entre 13 e 17 anos de idade: a dose inicial recomendada é de 50 mg/dia. A dose máxima é de 200 mg/dia.
Caso tenha problemas de fígado ou rins, informe o seu médico e siga os seus conselhos.
O seu médico irá dizer-lhe durante quanto tempo deverá tomar esta medicação. Isto dependerá da natureza da sua doença e do modo como responde ao tratamento. Poderão decorrer várias semanas até que os seus sintomas comecem a melhorar.
Se tomar mais Sertralina Gerlina do que deveria:
Se tomar demasiado Sertralina Gerlina acidentalmente, contacte o seu médico imediatamente ou dirija-se à urgência hospitalar mais próxima. Leve a embalagem do medicamento consigo, quer ainda tenha medicamento ou não.
Os sintomas de sobredosagem podem incluir sonolência, náuseas e vómitos, aceleração dos batimentos cardíacos, tremores, agitação, tonturas e, em casos raros, inconsciência.
Caso se tenha esquecido de tomar Sertralina Gerlina:
Caso se tenha esquecido de tomar um comprido, não tome o comprimido esquecido. Tome o próximo comprimido na hora habitual.
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Se parar de tomar Sertralina Gerlina:
Não pare de tomar Sertralina Gerlina a menos que o seu médico o indique. O seu médico irá querer reduzir a sua dose de Sertralina Gerlina durante várias semanas antes de interromper a toma deste medicamento. Se interromper abruptamente a toma deste medicamento pode sofrer efeitos indesejáveis como tonturas, dormência, perturbações do sono, agitação ou ansiedade, dor de cabeça, enjoos, indisposição e tremores. Se sentir algum destes efeitos secundários, ou quaisquer outros efeitos secundários enquanto interrompe a toma de Sertralina Gerlina, fale com o seu médico.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou farmacêutico.
Como todos os medicamentos, Sertralina Gerlina pode causar efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.
O efeito secundário mais frequente é a náusea. Os efeitos secundários dependem da dose e são normalmente transitórios com a continuação do tratamento.
Informe o seu médico imediatamente:
Se sentir algum dos sintomas seguintes após a toma deste medicamento. Estes sintomas podem ser graves.
Se desenvolver uma reação cutânea grave que cause bolhas (eritema multiforme), (isto pode afetar a boca e a língua). Estes podem ser sinais de uma situação conhecida como síndrome de Stevens-Johnson, ou Necrólise Epidérmica Tóxica (NET). O seu médico irá parar o seu tratamento nestes casos.
Reação alérgica ou alergia, que podem incluir sintomas como uma erupção cutânea com comichão, dificuldade em respirar, pieira, inchaço das pálpebras, cara ou lábios.
Se sentir agitação, confusão, diarreia, temperatura e tensão altas, transpiração excessiva e batimentos cardíacos acelerados. Estes são sintomas da Síndrome Serotoninérgica. Em casos raros, esta síndrome pode ocorrer enquanto estiver a tomar certos medicamentos ao mesmo tempo que a sertralina. O seu médico pode querer parar o seu tratamento.
Se desenvolver olhos e pele amarelos, o que pode significar danos no fígado. Se sentir sintomas depressivos com ideias suicidas.
Se começar a ter sentimentos de inquietação e não se sentir capaz de sentar ou permanecer quieto após a toma de Sertralina Gerlina. Deve informar o seu médico se começar a sentir-se inquieto.
Os efeitos secundários seguintes foram observados em ensaios clínicos realizados com adultos.
Efeitos secundários muito frequentes (ocorrem em mais de 1 em cada 10 doentes) Insónia, tonturas, sonolência, dor de cabeça, diarreia, enjoo, boca seca, falência ejaculatória, fadiga.
Efeitos secundários frequentes (ocorrem entre 1 a 10 em cada 100 doentes):
Dor de garganta, anorexia, aumento do apetite, depressão, sensação estranha, pesadelos, ansiedade, agitação, nervosismo, diminuição do interesse sexual, ranger os dentes, dormência e formigueiro, tremor, tensão muscular, alteração do paladar, falta de atenção, perturbações visuais, zumbido nos ouvidos, palpitações, afrontamentos, bocejo, dores abdominais, vómitos, prisão de ventre, mal-estar do estômago, gases, erupção cutânea, aumento da transpiração, dor muscular, disfunção sexual, disfunção eréctil, dor no tórax.
Efeitos secundários pouco frequentes (ocorrem entre 1 a 10 em cada 1000 doentes) Resfriado, corrimento nasal, alucinações, sentimento de felicidade, falta de cuidados, pensamentos anómalos, convulsões, contrações musculares involuntárias, alteração da coordenação, movimentos excessivos, amnésia, diminuição da sensação, desordem do discurso, tonturas ao levantar, enxaqueca, dor no ouvido, batimentos cardíacos acelerados, tensão alta, rubor, dificuldades respiratórias, possíveis sibilos, falta de ar, sangramento do nariz, problemas no esófago, dificuldade em engolir, hemorroidas, aumento da salivação, alterações na língua, arrotos, inchaço dos olhos, manchas roxas na pele, perda de cabelo, suores frios, pele seca, urticária, osteoartrite, fraqueza muscular, dor de costas, espasmos musculares, necessidade de urinar durante a noite, incapacidade de urinar, aumento da micção, aumento da frequência de urinar, problemas a urinar, hemorragia vaginal, disfunção sexual feminina, mal-estar, arrepios, febre, fraqueza, sede, diminuição do peso, aumento do peso.
Efeitos secundários raros (ocorrem entre 1 a 10 em cada 10000 doentes)
Problemas intestinais, infeção no ouvido, cancro, glândulas inchadas, níveis elevados de colesterol, baixo nível de açúcar no sangue, sintomas físicos devidos a stress ou emoções, dependência de substâncias, perturbação psicótica, agressividade, paranoia, pensamentos suicidas, sonambulismo, ejaculação precoce, coma, movimentos alterados, dificuldades na movimentação, aumento da sensibilidade, perturbações sensoriais, glaucoma, problemas lacrimais, manchas nos campos visuais, visão dupla, dor nos olhos provocada pela luz, sangue no olho, pupilas dilatadas, ataque cardíaco, batimentos cardíacos lentos, problemas cardíacos, má circulação sanguínea nos braços e pernas, aperto na garganta, respiração rápida, respiração lenta, dificuldade em falar, soluços, sangue nas fezes, feridas na boca, ulceração da língua, afeções nos dentes, afeções na língua, ulceração da
boca, alterações da função hepática, problemas da pele como bolhas, erupção folicular, alteração da textura do cabelo, alteração do odor da pele, problemas ósseos, diminuição da micção, incontinência urinária, hesitação urinária, sangramento vaginal excessivo, secura vaginal, inchaço e vermelhidão do pénis e do prepúcio, corrimento genital, ereção prolongada, corrimento mamário, hérnia, cicatriz no local de injeção, tolerância ao fármaco diminuída, dificuldades na marcha, alterações dos testes laboratoriais, alteração do sémen, lesões, procedimento de relaxamento dos vasos sanguíneos.
Após a comercialização da sertralina, foram comunicados os seguintes efeitos secundários:
Diminuição dos glóbulos brancos, diminuição das plaquetas, níveis baixos de hormonas da tiroide, problemas endócrinos, baixos níveis de sal no sangue, pesadelos, comportamento suicida, problemas nos movimentos musculares (como excesso de movimentos, músculos tensos e dificuldade em caminhar), desmaios, alteração da visão, problemas hemorrágicos (como sangramento no nariz, hemorragia no estômago ou sangue na urina), pancreatite, problemas graves na função hepática, icterícia, edema da pele, reação da pele ao sol, comichão, dor nas articulações, cãibras musculares, aumento mamário, irregularidades menstruais, inchaço nas pernas, problemas de coagulação e reação alérgica grave.
Foi observado um risco aumentado de fraturas ósseas em doentes a tomar este tipo de medicamentos.
Em ensaios clínicos com crianças e adolescentes, os efeitos secundários foram geralmente semelhantes aos adultos (ver acima). Os efeitos secundários mais comuns em crianças e adolescentes foram dor de cabeça, insónia, diarreia e indisposição.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detetar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
Não utilize Sertralina Gerlina após o prazo de validade impresso na embalagem exterior. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.
A substância ativa é a sertralina. Cada comprimido revestido por película contém cloridrato de sertralina equivalente a 50 mg ou 100 mg de sertralina.
Os outros componentes são:
Núcleo: celulose microcristalina (Avicel PH 102), carboximetilamido sódico (Tipo A), hidrogenofosfato de cálcio di-hidratado, hidroxipropilcelulose, polissorbato 80 e estearato de magnésio.
Revestimento: hipromelose (6 cP), propilenoglicol e dióxido de titânio (E171). Qual o aspeto de Sertralina Gerlina e conteúdo da embalagem
Os comprimidos revestidos por película de Sertralina Gerlina são acondicionados em embalagens blister de PVC/Alumínio, contendo 20 ou 60 comprimidos revestidos por película.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Este folheto foi aprovado pela última vez em
Read all this leaflet carefully before you start taking this medicine. Keep this leaftlet. You may need to read it again.
If you have any further questions, ask your doctor or pharmacist.
This medicine has been prescribed only for you. Do not pass it to others. It may harm them, even if their signs of illness are the same of yours.
If you get any side effects, talk to your doctor or pharmacist. In this panflet:
What Sertraline is and what is used for.
What you need to know before taking Sertraline. How to take Sertraline.
Sertraline contains the active substance sertraline. Sertraline is one of the group medicines called Selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs); these medicines are used to treat depressions and/or anxiety disorders.
Sertraline can be used to treat:
Depression and prevention of recurrence of depression (in adults). Social anxiety disorder (in adults).
Obsessive compulsive disorder (OCD) (in adults and children and adolescents aged 6-17 years old).
Depression is a clinical illness with symptoms like feeling sad, unable to sleep properly and enjoy life as you used to.
OCD and panic disorders are illnesses linked to anxiety with symptoms like being constantly troubled by persistent ideas (obsessions) that makes you carry out repetitive rituals (compulsions).
PTSD is a condition that can occur after a very emotionally traumatic experience and has some symptoms similar to depression and anxiety. Social anxiety disorder (social phobia) is an illness linked to anxiety. It is characterized by feelings of intense anxiety or distress in social situations (for example: talking with strangers, speaking in front of groups of people, eating or drinking in front of other or worrying that you might behave in an embarrassing manner).
Your doctor has decided that this medicine is suitable for treating your illness.
You should ask your doctor if you are unsure why you have been given this prescription.
Do not take Sertraline:
If you are allergic to sertraline or any of the other ingredients of the medicine.
If you are taking or have taken medicines called monoamine oxidase inhibitors (MAOIs such as selegine, moclobemide) or MAIOs like drugs (such as linezolid). If you stop treatment with sertraline, you must wait ultil at least a week before start the treatment with a MAIOs. After stopping treatment with a MAIOs, you must wait at least 2 weeks before you can start treatment with sertraline.
If you are taking a medicine denominated pimozide (an antipsychotic medicine).
Take special care with Sertraline
The medicines not always are suitable for everyone. Tell your doctor before you take Sertraline, if you suffer from or have suffered in the past from any of the following conditions:
If you have Serotonin Syndrome. In rare cases this syndrome may occur when you are taking certain mediciones at the same time as sertraline. (For symptoms, see section 4, Possible side effects). Your doctor will have told you whether you have suffered from this in the past.
If you have low sodium level in your blood, since this can occur as a result of treatment with Sertraline. You should also tell your doctor if tou are taking certain medicines for hypertentsion, since these medicines may also alter the sodium level in your blood.
If you are elderly as you may be more at risk of having low sodium levels in your blood (see above).
If you have liver disease; your doctor may decide that you should have a lower dose of Sertraline.
If you have diabetes; your blood glucose levels may be altered due to Sertraline and your diabetes medicine may need to be adjusted.
If you have epilepsy or a history of seizures. If you have a seizure, contact your doctor immediately.
If you have suffered from manic depressive illness (bipolar disorder) or schizophrenia. If you have a manic episode, contact your doctor immediately.
If you have or have previously had thoughts of harming or killing yourself (see below- Thoughts of suicide and worsening of your depression or anxiety disorder).
If you have a history of bleeding disorders (tendency to develop bruises), or if you are pregnant (see “Pregnancy, breast-feeding and fertility”) or have been taking medicines which thin the blood (e.g. acetylsalicyclic acid (aspirin), or warfarin) or may increase the risk of bleeding.
If you are a child or adolescent under 18 years old. Sertraline should only be used to treat children and adolescents aged 6-17 years old, suffering from obsessive compulsive disorder (OCD). If you are being treated for this disorder, your doctor will want to monitor you closely (see - Children and adolescents).
If you are having electro-convulsive therapy (ECT). Restlessness/Akathisia
The use of sertraline has been associated with akathisia (characterised by a disturbing instability and need to agitate, often accompanied by an inability to be or remain still). This is most likely to occur in the first weeks of treatment. Increasing the dose can be harmful in patients who develop these symptoms.
Side effects relating to stopping treatment (withdrawal reactions) are common, particularly if the treatment is stopped suddenly (see section 3, If you stop taking Sertraline and section 4, Possible side effects). The risk of withdrawal symptoms depends on the length of treatment, dosage, and the rate at which the dose is reduced. Generally, such symptoms are mild to moderate. However, they can be serious in some patients They normally occur within the first few days after stopping treatment. In general, such symptoms disappear on their own and wear off within 2 weeks. In some patients they may last longer (2-3 months or more). When stopping treatment with sertraline, it is recommended to gradually reduce the dose over a period of a few weeks or months, depending on the patient's needs.
If you are depressed and/or have anxiety disorders you can sometimes have thoughts of harming or killing yourself. These may be increased when first starting antidepressants, since these medicines alltake time to work, usually about two weeks but sometimes longer.
You may be more likely to think like this:
If you have previously had thoughts about killing or harming yourself.
If you are a young adult. Information from clinical trials has shown an increased risk of suicidal behaviour in adults aged less than 25 years with psychiatric conditions who were treated with an antidepressant.
If you have thoughts of harming or killing yourself at any time, contact your doctor or go to a hospital straight away.
You may find it helpful to tell a relative or close friend that you are depressed or have na anxiety disorder, and ask them to read this leaflet. You might ask them to tell you if they think your depression or anxiety is getting worse, or if they are worried about changes in your behaviour.
Use in children and adolescents:
Sertraline should not usually be used in children and adolescents under 18 years old, except for patients with Obsessive Compulsive Disorder (OCD). Patients under 18 have an increased risk of undesirable effects, such as suicide attempt, suicidal thoughts, and hostility (mainly aggressiveness, oppositional behaviour, and anger) when treated with this class of medicines. However, your doctor might decide to prescribe Sertraline to a patient under 18 if it is considered in the patient’s best interest. If your doctor has prescribed Sertraline to you and you are under 18 and wish to discuss this, please contact your doctor. You should inform your doctor if any of the symptoms mentioned above develop or worsen when patients under 18 years old
are taking Sertralina Gerlina. The long-term safety effects of Sertralina Gerlina regarding growth, maturation, and cognitive and behavioural development have not yet been demonstrated in this age group.
Taking Sertralina Gerlina with other medicines:
Inform your doctor if you are taking or have recently taken any other medicines, including medicines obtained without a prescription.
Some medicines may affect how Sertralina works, or Sertralina itself can reduce the effectiveness of other medicines taken at the same time.
Taking Sertraline together with the following medicines may cause serious side effects: Medicines called monoamine oxidase inhibitors (MAOIs), like moclobemide (to treat depression) and selegiline (to treat Parkinson's disease), the antibiotic linezolid and methylene blue (to treat high levels of methaemoglobin in the blood). Do not use Sertraline together with these medicines.
Medicines to treat mental disorders such as psychosis (pimozide). Do not use Sertraline together with pimozide.
Talk to your doctor if you are taking the following medicines:
Products containing the amino acid tryptophan. Medicines to treat severe pain (e.g. tramadol). Medicines to treat migraines (e.g. sumatriptan). Blood thinning medicine (warfarin).
Medicines to treat pain/arthritis (Non-steroidal anti-inflammatory drug (NSAID) such as ibuprofen, acetylsalicylic acid (aspirin)).
Diuretics (also called 'water tablets').
Medicines to treat epilepsy (phenytoin, phenobarbital, carbamazepine). Medicines to treat diabetes (tolbutamide).
Medicines to treat excessive stomach acid, ulcers, and heartburn (cimetidine). Medicines to treat mania and depression (lithium).
Other medicines to treat depression (such as amitriptyline, nortriptyline).
Medicines to treat schizophrenia and other mental disorders (such as perphenazine, levomepromazine, and olanzapine).
Taking Sertralina Gerlina with food and drinks Sertralina can be taken with or without food.
Alcohol should be avoided while taking Sertralina Gerlina.
Pregnancy and breastfeeding:
Consult your doctor or pharmacist before taking any medication.
Talk to your doctor as soon as possible if you are pregnant, think you might be pregnant, or are planning to become pregnant.
The safety of sertraline has not fully been established in pregnant women. Sertraline should only be used in pregnant women if the doctor considers that the benefit to the mother outweighs
any possible risks to the fetus. Women of childbearing age should use an appropriate contraceptive method if being treated with sertraline.
Make sure that your doctor and/or nursing staff are aware that you are taking sertraline. When taken during pregnancy, especially during the last three months, medicines like Sertralina Gerlina may increase the risk of a serious condition in newborns called persistent pulmonary hypertension of the newborn (PPHN), which causes the baby to breathe faster and appear bluish. These symptoms usually begin during the first 24 hours after birth. If this happens to your baby, you should contact your doctor and/or nursing staff immediately.
There is evidence that sertraline is excreted in breast milk. Sertraline should only be used by breastfeeding women if the doctor considers that the benefit to the mother outweighs any possible risks to the baby.
Driving and using machines:
Psychotropic drugs such as sertraline may affect your ability to drive or use machines. You should therefore not drive or operate machinery, until you know how this medication affects your ability to perform these activities.
Always take this medicine exactly as your doctor or pharmacist has told you. Take your medicine once a day, either in the morning or at night.
Check with your doctor or pharmacist if you are not sure.
The recommended dose is:
For depression and OCD, the usual effective dose is 50 mg/day. The daily dose may be increased in 50 mg increments and at intervals of at least one week over a period of weeks. The maximum recommended dose is 200 mg/day.
For panic disorder, social anxiety disorder and post traumatic stress disorder, treatment should be started at 25 mg/day, and increased to 50 mg/day after one week.
The daily dose then may be increased in 50 mg increments over a period of weeks. The maximum recommended dose is 200 mg/day.
Children and adolescents
Sertraline must only be used to treat children and adolescents suffering from OCD aged 6-17 years old.
Children aged 6 to 12: the recommended starting dose is 25 mg daily. After one week, your doctor may increase this to 50 mg daily. The maximum dose is 200 mg daily.
Adolescents aged 13 to 17: the recommended starting dose is 50 mg daily. The maximum dose is 200 mg daily.
If you have liver or kidney problems, please tell your doctor and follow the doctor’s instructions.
Your doctor will advise you on how long to take this medication for. This will depend on the nature of your illness and how well you are responding to the treatment. It may take several weeks before your symptoms begin to improve. Treatment of depression should usually continue for 6 months after improvement.
If you take more Sentraline than you should:
If you accidentally take too much Sertraline contact your doctor at once or go to the nearest hospital casualty department. Always take the labelled medicine package with you, whether there is any medication left or not.
Symptoms of overdose may include drowsiness, nausea and vomiting, rapid heart rate, shaking, agitation, dizziness and in rare cases unconsciousness.
If you forget to take Sertraline
Do not take a double dose to make up for a forgotten dose. Just take the next dose at the right time.
If you forget to take a dose, do not take the missed dose. If you stop taking Sertraline
Do not stop taking Sertraline unless your doctor tells you to. Your doctor will want to gradually reduceyour dose of Sertraline over several weeks, before you finally stop taking this medicine. If you suddenly stop taking this medicine you may experience side effects such as dizziness, numbness, sleep disturbances, agitation or anxiety, headaches, feeling sick, being sick and shaking. If you experience any of these side effects, or any other side effects whilst stopping taking Sertraline, please speak to your doctor.
If you have any further questions on the use of this medicine, ask your doctor or pharmacist.
Like all medicines, this medicine can cause side effects, although not everybody gets them.
Nausea is the most common side effect. The side effects depend on the dose and often disappear or lessen with continued treatment.
If you experience any of the following symptoms after taking this medicine, these symptoms can be serious.
If you develop a severe skin rash that causes blistering (erythema multiforme), (this can affect the mouth and tongue). This may be a sign of a condition known as Stevens Johnson Syndrome, or Toxic Epidermal Necrolysis (TEN). Your doctor will stop your treatment in this case.
Allergic reaction or allergy, which may include symptoms such as an itchy skin rash, breathing problems, wheezing, swollen eyelids, face or lips.
If you experience agitation, confusion, diarrhoea, high temperature and blood pressure, excessive sweating and rapid heartbeat. These are symptoms of Serotonin Syndrome. In rare cases this syndrome may occur when you are taking certain medicines at the same time as sertraline. Your doctor may wish to stop your treatment.
If you develop yellow skin and eyes which may mean liver damage.
If you experience depressive symptoms with ideas of harming or killing yourself (suicidal thoughts).
If you start to get feelings of restlessness and are not able to sit or stand still after you start to take Sertraline. You should tell your doctor if you start to feel restless.
The following side effects were seen in clinical trials in adults. Very common side effects (may affect more than 1 in 10 people):
Common side effects (occur in 1 to 10 out of every 100 patients):
Sore throat, anorexia, increased appetite, depression, strange sensation, nightmares, anxiety, agitation, nervousness, decreased sexual interest, teeth grinding, numbness and tingling, tremor, muscle tension, taste alteration, lack of attention, visual disturbances, ringing in the ears, palpitations, hot flushes, yawning, abdominal pain, vomiting, constipation, stomach discomfort, gas, skin rash, increased sweating, muscle pain, sexual dysfunction, erectile dysfunction, chest pain.
Uncommon side effects (occur in 1 to 10 out of every 1000 patients):
Cold, runny nose, hallucinations, feeling of happiness, lack of care, abnormal thoughts, seizures, involuntary muscle contractions, impaired coordination, excessive movements, amnesia, reduced sensation, speech disorder, dizziness upon standing, fainting, ear pain, accelerated heartbeat, high blood pressure, flushing, breathing difficulties, possible wheezing, shortness of breath, nosebleeds, esophagus problems, difficulty swallowing, hemorrhoids, increased saliva, tongue changes, burping, eye swelling, bruising, hair loss, cold sweats, dry skin, hives, osteoarthritis, muscle weakness, back pain, muscle spasms, need to urinate at night, inability to urinate, increased urination, increased frequency of urination, urinary problems, vaginal bleeding, female sexual dysfunction, malaise, chills, fever, weakness, thirst, weight loss, weight gain.
Rare side effects (occur in 1 to 10 out of every 10,000 patients):
Intestinal problems, ear infection, cancer, swollen glands, high cholesterol levels, low blood sugar levels, physical symptoms due to stress or emotions, substance dependence, psychotic disorder, aggressiveness, paranoia, suicidal thoughts, sleepwalking, premature ejaculation, coma, altered movements, movement difficulties, increased sensitivity, sensory disturbances, glaucoma, tear problems, visual field spots, double vision, eye pain caused by light, blood in the eye, dilated pupils, cardiac arrest, slow heartbeat, heart problems, poor blood circulation in arms and legs, throat tightness, rapid breathing, slow breathing, difficulty speaking, hiccups, blood in stool, mouth sores, tongue ulceration, tooth disorders, tongue disorders, tongue ulcers, liver function problems, skin problems such as blisters, follicular eruption, changes in hair texture, changes in skin odor, bone problems, decreased urination, urinary incontinence,
urinary hesitation, excessive vaginal bleeding, vaginal dryness, swelling and redness of the penis and foreskin, genital discharge, prolonged erection, breast discharge, hernia, injection site scar, reduced drug tolerance, difficulty walking, laboratory test abnormalities, semen alterations, injuries, and procedures to relax blood vessels.
After the marketing of sertraline, the following side effects have been reported:
Decrease in white blood cells, decrease in platelets, low thyroid hormone levels, endocrine problems, low blood sodium levels, nightmares, suicidal behaviour, muscle movement problems (such as excessive movements, muscle stiffness, and difficulty walking), fainting, vision changes, bleeding problems (such as nosebleeds, stomach bleeding, or blood in the urine), pancreatitis, severe liver function problems, jaundice, skin swelling, skin reaction to sunlight, itching, joint pain, muscle cramps, breast enlargement, menstrual irregularities, swelling in the legs, blood clotting problems, and severe allergic reaction.
An increased risk of bone fractures has been observed in patients taking this type of medicine. Side effects in children and adolescents
In clinical trials with children and adolescents, the side effects were generally similar to those seen in adults (see above). The most common side effects in children and adolescents were headache, insomnia, diarrhoea, and feeling unwell.
If any of the side effects get worse or if you notice any side effects not mentioned in this leaflet, please inform your doctor or pharmacist.
A tradução do folheto informativo da Sertralina Gerlina exigiu uma abordagem altamente consciente do tipo de texto em causa e das implicações associadas ao seu processo tradutório. Não se tratou de uma simples transposição linguística, mas sim de uma tarefa técnica em que a clareza, a fidelidade terminológica e o cumprimento das normas reguladoras se assumiram como fatores determinantes.
Uma das principais dificuldades prendeu-se com o rigor terminológico exigido. Termos como withdrawal reactions ou thoughts related with suicide não podiam ser traduzidos de forma literal ou aproximada. Tornou-se necessário garantir que os equivalentes escolhidos, como reações de privação ou pensamentos suicidas, correspondiam à terminologia oficial utilizada em folhetos aprovados por entidades reguladoras como o INFARMED. Tal como refere Cadete (2016), “a uniformização dos termos [...] permite superar as dificuldades impostas pela presença de unidades terminológicas” e assegura que o texto seja claro e funcional (p. 65).
Outra dificuldade constante foi o respeito pela estrutura fixa do folheto, que inclui secções obrigatórias e numeradas. Esta organização não pode ser alterada livremente, uma vez que está definida por normas específicas. Qualquer modificação poderia comprometer a usabilidade e a conformidade do documento. Cadete (2016) explica que o tradutor deve respeitar a macroestrutura textual, pois esta cumpre uma função comunicativa específica que não pode ser ignorada (p. 58).
A gestão da dupla audiência constituiu igualmente um desafio relevante. O folheto destina-se simultaneamente a profissionais de saúde e a doentes, o que exige uma linguagem técnica suficiente para garantir precisão, mas também acessível para assegurar a compreensão por parte do utente. Sempre que possível, adotou-se uma linguagem clara, evitando jargão excessivo ou formas abreviadas pouco reconhecíveis. Como observa Cadete, o tradutor deve adaptar a terminologia à realidade do leitor e “usar mecanismos linguísticos que vertam a especialidade para o léxico comum” (p. 73).
A consistência terminológica ao longo de todo o texto foi outro aspeto prioritário. Expressões como efeitos secundários ou dose habitual foram mantidas de forma uniforme, evitando variações que pudessem comprometer a coerência ou gerar ambiguidades. Cadete (2016) sublinha a importância desta estabilidade, uma vez que “o texto médico exige estabilidade na designação dos conceitos” (p. 65).
Por fim, a dimensão ética da tradução esteve constantemente presente. Um erro terminológico ou uma formulação ambígua pode afetar diretamente a forma como o doente interpreta a informação, toma o medicamento ou compreende os riscos associados. Tal como afirma Cadete, o tradutor deve estar ciente de que o seu trabalho “pode induzir o leitor em erro” e que a clareza “não é um luxo – é uma obrigação” (p. 47).
A presente tradução insere-se no âmbito da tradução jornalística, mais concretamente na tradução de comunicados de imprensa, um género textual que, embora tradicionalmente menos valorizado em contextos académicos, tem vindo a adquirir crescente importância no mercado da comunicação organizacional.
De acordo com Warrot (2013), a tradução de textos de imprensa, como os comunicados, aproxima o tradutor da função do jornalista, já que ambos produzem discurso orientado para um público específico e com finalidades comunicativas claras. Tal como o jornalista constrói o seu texto de forma a ser compreendido pelo leitor, também o tradutor deve adaptar a sua versão ao público-alvo, considerando o contexto sociocultural e a função do texto.
Os comunicados de imprensa distinguem-se por serem textos breves, densos e informativos, produzidos por departamentos de comunicação ou marketing. A sua finalidade é transmitir de forma clara e objetiva informações estratégicas sobre decisões organizacionais, parcerias ou eventos relevantes. Como sublinha Warrot (2013, p. 252), este tipo de documento é frequentemente traduzido por profissionais, uma vez que a fidelidade à mensagem original e a clareza na reexpressão são cruciais para a imagem da entidade emissora.
Ainda segundo a autora, a crescente globalização da informação implica que muitos jornalistas recorram a versões traduzidas de comunicados ou mesmo assumam a sua própria tradução, o que, quando feito sem formação adequada, pode comprometer a precisão linguística e semântica (Warrot, 2013, pp. 253–254). Esta realidade reforça a necessidade de formação específica em tradução jornalística, dotando os tradutores de ferramentas para lidar com questões como a adaptação cultural, a terminologia técnica e a concisão estilística.
A prática tradutória, neste contexto, requer não só competência linguística, mas também sensibilidade pragmática e conhecimento das convenções do género textual. O tradutor assume assim o papel de mediador intercultural, garantindo que a mensagem original é mantida, mas comunicada de forma eficaz no idioma de chegada, respeitando os padrões discursivos e as expectativas do novo público (Warrot, 2013, p. 254).
Assim, a tradução do comunicado de imprensa do Banco Comercial Português deve ser compreendida como um exercício de mediação linguística e cultural num contexto de comunicação empresarial internacional, onde a precisão e a adequação textual são essenciais para garantir a eficácia comunicativa e a credibilidade institucional.
Banco Comercial Português announces partnership for the insurance market in Mozambique and the disposal of its stake in Seguradora Internacional Moçambique, S.A.
Banco Comercial Português, S.A. (“BCP”) announces that, as of today, BIM – Banco Internacional de Moçambique, S.A. (a Mozambican bank in which BCP indirectly holds a 66.69% stake) (“BIM”) formalized the entry into force of a long-term agreement with Fidelidade – Companhia de Seguros S.A. (“Fidelidade”) with a view to strenghthening capabilities and expanding the offer of insurance through the banking channel (bancassurance) in Mozambique.
Under this partnership, the possibility of which was provided for in the memorandum of understanding signed between BCP and the Fosun Group in November 2016, BIM and Fidelidade also formalized the sale by BIM to Fidelidade of shares representing 70% of the share capital and voting rights of Seguradora Internacional de Moçambique, SA, with BIM maintaining approximately 22% of its share capital. BIM and Fidelidade also agreed call and put options with a view to enabling Fidelidade to acquire additional shares, and BIM's shareholding, as a result of these options, may be reduced to 9.9% of SIM's capital.
Under the long-term exclusive distribution agreement, BIM will promote the distribution of SIM insurance through the banking channel, continuing to provide its customers with a wide range of competitive insurance products, which is reinforced by the partnership with Fidelidade, an Insurance Group of reference.
The amount received by BIM for the sale of 70% of SIM is €46.8 million. Considering this value, the operation had a (positive) impact on BCP's consolidated results for the current year, on a pro forma basis as of 11/30/2021, of approximately 5.2 million euros and a positive impact on the consolidated CET1 ratio and in the total capital of 7 basis points.
End of press release
Banco Comercial Português, S.A.
Registered at the Porto Commercial Registry Office with the sole registration and tax identification number 501 525 882
Tel. +351 211 131 242
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A tradução do comunicado de imprensa do Banco Comercial Português exigiu uma abordagem orientada não apenas para a equivalência linguística, mas, sobretudo, para a adequação comunicativa, considerando o género textual e o público-alvo. O texto original, redigido em inglês, segue a estrutura típica de um press release empresarial, caracterizada por uma linguagem formal, apresentação condensada da informação e foco em acontecimentos relevantes, como parcerias estratégicas, venda de ações ou impactos financeiros.
Conforme salienta Warrot (2013), o tradutor de comunicados de imprensa assume um papel próximo do jornalista, devendo reformular o texto com vista à clareza, à neutralidade e à eficácia comunicativa. Nesse sentido, uma das principais decisões tradutórias consistiu na preservação da estrutura informativa do original, respeitando a ordem dos parágrafos e o encadeamento lógico, de modo a manter a coerência e o fluxo argumentativo típicos deste género.
Ao nível lexical, a tradução enfrentou desafios relacionados com terminologia técnico- financeira, como call and put options ou CET1 ratio, que exigiram escolhas criteriosas entre a manutenção dos termos originais, quando amplamente utilizados em português, e a sua tradução explicativa. Optou-se, por exemplo, por traduzir call and put options como opções de compra e de venda, expressão consolidada no meio financeiro lusófono, garantindo a inteligibilidade por parte de leitores especializados.
A gestão de siglas e nomes institucionais constituiu igualmente um aspeto relevante. Siglas como SIM (Seguradora Internacional de Moçambique) e BIM (Banco Internacional de Moçambique) foram acompanhadas da respetiva explicitação na primeira ocorrência, de acordo com a prática comum em traduções institucionais. Esta estratégia visa tornar o texto acessível a leitores que possam não estar familiarizados com a realidade empresarial em causa, conforme recomenda Warrot (2013, p. 251).
Do ponto de vista estilístico, a tradução procurou equilibrar precisão terminológica e naturalidade discursiva, evitando construções demasiado literais que pudessem prejudicar a fluidez do texto. A reformulação de estruturas complexas e sobrecarregadas, nomeadamente frases longas com elevada densidade informativa, revelou-se necessária para adequar o estilo ao registo claro e direto esperado num comunicado empresarial em português.
Por fim, importa sublinhar que, tal como refere Warrot (2013, p. 254), o tradutor deve adotar uma postura de neutralidade e assegurar fidelidade funcional ao texto de partida, evitando interpretações subjetivas ou reformulações que comprometam a intenção comunicativa do emissor. Esta orientação esteve presente ao longo de todo o processo, particularmente nas passagens com dados financeiros ou implicações estratégicas, onde a clareza e a exatidão são essenciais.
O poema é um soneto (14 versos, 2 quartetos e 2 tercetos);
Versos decassilábicos (10 sílabas métricas);
Rima cruzada nos quartetos: ABAB /ABAB;
Mensagem: O poema sugere que a procura pela felicidade pode ser em vão, mesmo que se lute, que se persista, o destino pode ser o vazio – é uma critica às ilusões e à confiança excessiva.
A tradução do poema “O Palácio da Ventura” para o inglês, sob o título “The Palace of Fortune”, foi realizada com base em princípios que reconhecem a complexidade da tradução poética, entendida não como simples transposição linguística, mas como um ato de recriação sensível e crítica. Como citado por Castro (2019), Britto considera que a tradução literária deve buscar corresponder ao original não apenas no conteúdo semântico, mas também na forma, no ritmo e nos efeitos sonoros, elementos que, na poesia, são inseparáveis da própria significação. Assim, procurou-se manter na tradução a estrutura formal do soneto, dois quartetos e dois tercetos com versos decassilábicos, e os esquemas de rima cruzada e interpolada, recriando a musicalidade e a regularidade métrica que caracterizam o texto de partida.
Ainda segundo Castro (2019), com base em Faleiros, o tradutor poético precisa hierarquizar os elementos do original, escolhendo quais efeitos formais e semânticos devem ser priorizados. No caso desta tradução, a opção foi por preservar a atmosfera simbólica, o movimento narrativo e a cadência do discurso poético, mesmo que, para isso, fossem necessárias pequenas alterações lexicais e sintáticas. Essa abordagem reflete também o princípio da compensação, conforme apresentado por Heloisa Barbosa e citado por Castro (2019), segundo o qual efeitos que não podem ser recriados no mesmo ponto do texto podem ser deslocados ou substituídos por outros de valor equivalente, de modo a manter o equilíbrio estético da tradução.
Além disso, a concepção de ritmo proposta por Henri Meschonnic, tal como analisada por Castro (2019), foi fundamental na condução deste trabalho. Para o autor, o ritmo é o modo de significar do texto, a sua “oralidade escrita”, e deve ser escutado e traduzido enquanto tal. Dessa forma, procurou-se na versão inglesa não apenas traduzir palavras, mas reconstituir o movimento interno do poema, a tensão crescente da busca do eu poético pela felicidade, culminando num desfecho de vazio e silêncio. Essa tensão rítmica e emocional, segundo Meschonnic (apud Castro, 2019), é inseparável da poética e constitui o que há de mais específico e intraduzível e, por isso mesmo, o que mais precisa ser recriado.
A tradução, portanto, foi concebida como uma prática de escuta e de recriação responsável, na qual o tradutor se posiciona não como um mediador invisível, mas como alguém que participa ativamente na construção de um novo texto, num novo tempo e numa nova língua, mantendo a integridade estética e simbólica do original (Castro, 2019).
Sonho que sou um cavaleiro andante. Por desertos, por sóis, por noite escura, Paladino do amor, busco anelante
Abrem-se as portas d'ouro com fragor... Mas dentro encontro só, cheio de dor, Silêncio e escuridão - e nada mais!
I dream I’m a knight who ventures forth Through deserts, blazing suns, and darkest night. A paladin of love, I roam the earth,
The gates swing wide with thunder from inside… But all I find is silence, dark and wide-
And nothing, nothing echoed in that hall.
A tradução do poema, constituiu, até ao momento, o desafio mais complexo no âmbito do trabalho tradutório desenvolvido. A dificuldade principal residiu na necessidade de articular, de forma equilibrada, múltiplos aspetos formais e semanticos do texto original. Tratando-se de um soneto com estrutura rigorosa – versos decassilábicos, rima cruzada nos quartetos e interpolada nos tercetos -, tornou-se indispensável respeitar a métrica e os esquemas rimáticos, sem comprometer a naturalidade e a fluidez do texto na língua de chegada.
Para além das exigências formais, foi necessário ter em consideração o conteúdo simbólico e emocional do poema, cuja mensagem – a busca pela felicidade como uma promessa ilusória – exige uma construção discursiva capaz de manter a densidade estética e o tom original.
A tradução exigiu ainda uma atenção particular ao ritmo e à voz do sujeito poético, em consonância com a conceção de Meschonnic (2010), segundo a qual o ritmo constitui um modo de significar e não apenas um efeito sonoro. A recriação do movimento interno do poema e da sua tensão emocional revelou-se, por isso, central no processo tradutório.
Trata-se, portanto, de uma tradução exigente, que implicou decisões constantes entre fidelidade formal, expressividade e inteligibilidade. A complexidade deste poema exigiu não apenas competência técnica e linguística, mas também um elevado grau de reflexão crítica e sensibilidade estética.
A elaboração deste portfólio constituiu uma oportunidade valiosa para aprofundar a compreensão da prática tradutória em contextos variados. A diversidade textual presente nas tarefas, que abrangem desde textos literários e poéticos até textos técnico-científicos, institucionais e jurídicos, evidenciou que a tradução não é uma atividade uniforme, mas antes um processo que exige adaptação contínua, pensamento crítico e sensibilidade discursiva. Cada género textual coloca desafios específicos, tanto ao nível terminológico como estrutural e cultural, o que obriga o tradutor a desenvolver competências distintas para responder a diferentes exigências comunicativas.
Ao longo do trabalho, confirmou-se que traduzir é mais do que transferir conteúdo de uma língua para outra. É interpretar sentidos, compreender contextos e tomar decisões que respeitem a função do texto de chegada. Essa tomada de decisão não se limita ao plano linguístico, mas envolve também fatores culturais, funcionais e discursivos. A aplicação de princípios teóricos, como os da equivalência funcional, da teoria do Skopos ou da reescrita ideológica, revelou-se essencial para sustentar as opções tradutórias e para garantir que os textos traduzidos cumpram o seu propósito de forma eficaz.
A prática da tradução mostrou ainda que não existe uma única solução correta. As escolhas do tradutor devem ser sempre justificadas, equilibrando fidelidade ao texto-fonte e adequação ao público-alvo. Esse equilíbrio requer constante negociação, reflexão e, por vezes, criatividade. A confrontação entre os textos de partida e os de chegada permitiu desenvolver uma maior consciência dos aspetos linguísticos e extralinguísticos que influenciam o trabalho do tradutor.
Por outro lado, a pesquisa bibliográfica, articulada com a prática, foi fundamental para sustentar as decisões tomadas ao longo das tarefas. A leitura de autores como Álvares, Costa, Ferreira, Cadete e Santos ajudou a enquadrar teoricamente os desafios encontrados e permitiu integrar a tradução numa perspetiva mais ampla, que reconhece o papel do tradutor enquanto agente intercultural, técnico e ético.
Em suma, este portfólio permitiu consolidar não apenas competências linguísticas, mas também capacidades de análise, reflexão e fundamentação crítica. A tradução afirma-se, assim, como uma prática exigente, que exige preparação técnica, atenção ao detalhe e respeito pelos contextos em que se insere. Este percurso reforçou a importância de uma formação sólida e multidisciplinar, que capacite o tradutor para lidar com a complexidade dos textos e das situações comunicativas que enfrenta.
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Posted Jul 2, 2025

Translated diverse texts to demonstrate translation skills and theoretical knowledge application.